Atlético-GO segura em Rafael Lacerda as chances de redenção em 2025
Dragão possui pior ataque entre os times fora da zona de rebaixamento e está a apenas 3 pontos da temida zona da degola
O segundo turno da Série B começou da mesma forma como terminou o primeiro: com muita pressão sobre o Atlético Goianiense. Após o empate por 1 a 1 diante do Athletic-MG, restam apenas 18 jogos para o Dragão tentar deixar uma imagem mais digna na temporada de 2025.
Com Rafael Lacerda sendo o quinto treinador à frente do elenco rubro-negro neste ano e uma ampla reformulação do grupo na janela de transferências de inverno, o Atlético vê cada vez mais a zona de rebaixamento se aproximar, enquanto o acesso à elite parece um sonho cada vez mais distante.
No início do ano, os torcedores atleticanos tinham grandes expectativas. O time era apontado como um dos favoritos ao retorno à Série A, após o rebaixamento precoce no ano anterior. No entanto, a eliminação precoce no Campeonato Goiano já havia deixado um gosto amargo, e a campanha na Série B só intensificou o sentimento de frustração para os apaixonados pelo Dragão.
Depois de um turno completo e mais uma rodada, o clube goiano tem apenas 2,7% de chances de acesso, segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Um sonho que parece utópico e distante, especialmente considerando o desempenho instável do time em boa parte dos jogos do campeonato.
Com uma campanha irregular e um elenco em constante mudança, o fantasma do rebaixamento volta a assombrar os corações rubro-negros. Ocupando a 14ª colocação com 24 pontos, o Atlético tem hoje 29% de chances de cair para a terceira divisão do futebol brasileiro, também de acordo com a UFMG. Esse número vem crescendo rodada após rodada, tirando o sono de quem teme o retorno de um capítulo sombrio na história atleticana.
Apesar do cenário preocupante, há um sopro de esperança pairando sobre o estádio Antônio Accioly: a chegada do técnico Rafael Lacerda. Embora ainda não tenha conquistado uma vitória, ele já demonstra avanços na postura dos jogadores e na organização em campo.
Com apenas 15 dias de trabalho, Lacerda comandou o time em três partidas: uma derrota por 3 a 0 para o Operário-PR e dois empates — 0 a 0 contra a Chapecoense e 1 a 1 diante do Athletic-MG. Ainda sem somar três pontos, é visível a tentativa de implementar um estilo de jogo com mais posse de bola e menos “chutões”. No entanto, o sistema ofensivo segue como o principal desafio.
O Dragão marcou apenas 19 gols até aqui — o pior ataque entre os clubes fora da zona de rebaixamento, ao lado do rival Vila Nova-GO. Parte dessa baixa produtividade se explica pela saída de jogadores importantes no setor ofensivo: Marcelinho, Caio Dantas, Alejo Cruz e Sandro Lima, os principais goleadores da equipe em 2025, deixaram o clube recentemente.
Hoje, apenas Federico Martínez permanece no elenco entre os atacantes mais antigos, o que exige tempo de adaptação dos novos reforços ao ambiente e ao esquema tático. Além disso, equipes comandadas por Lacerda historicamente não têm um desempenho ofensivo expressivo — um aspecto que ele precisará superar para evitar uma tragédia esportiva em Goiânia.
Após o empate fora de casa, o Atlético terá dois jogos importantes no estádio Antônio Accioly contra adversários diretos na luta contra o rebaixamento. No próximo domingo (10), o Dragão encara o Botafogo-SP, 18º colocado, com 21 pontos. Na sequência, também em Goiânia, enfrenta a Ferroviária-SP, que tem 23 pontos e está apenas uma posição abaixo na tabela em relação ao time Goiano.