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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Problemas de visão reduzem em até 50% o aprendizado de crianças, aponta estudo

Especialistas reforçam a importância de exames oftalmológicos anuais para garantir o aproveitamento escolar desde os primeiros anos.

Luana Avelarpor Luana Avelar em 6 de agosto de 2025
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Foto: FreePik

Problemas de visão não tratados comprometem seriamente o rendimento escolar de milhares de crianças brasileiras. Segundo pesquisa da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) em parceria com a Fundação Seva, cerca de 800 mil alunos frequentam a escola com deficiências oftalmológicas não corrigidas, o que os leva a aprender significativamente menos. Os dados apontam que crianças com miopia, astigmatismo e hipermetropia não tratadas absorvem até metade do conteúdo em comparação com aquelas cuja visão está preservada ou corrigida.

O alerta tem base científica e clínica. “Os principais problemas visuais na infância são os erros refracionais, ou seja, miopia, hipermetropia e astigmatismo, além do ceratocone e do estrabismo”, afirma o vice-presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Leiser Franco. Para ele, o diagnóstico é decisivo para conter os prejuízos no desenvolvimento infantil. “Cada condição deve ser avaliada e diagnosticada o quanto antes para o melhor tratamento. Mesmo que não haja uma cura imediata, o tratamento pode evitar uma sequela visual no futuro”, completa.

Sinais como aproximação excessiva de objetos, piscar constante, coceira frequente ou dificuldade de coordenação motora exigem atenção dos responsáveis. “A infância é uma fase de grande aprendizado e a visão é um sentido fundamental para que ele ocorra. Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos. Crianças que se aproximam muito dos objetos, com dificuldade de coordenação motora, que piscam com frequência, coçam os olhos excessivamente são alguns exemplos que podem acender uma luz amarela e chamar a atenção dos pais para uma avaliação oftalmológica”, orienta.

O desafio, segundo Leiser, é que nem sempre a criança verbaliza ou demonstra que enxerga mal. “Devemos ter em mente que as crianças se adaptam facilmente e, mesmo que tenham problemas visuais em ambos os olhos ou em apenas um, podem ter um comportamento normal. Por enxergar com dificuldade desde muito pequenas elas não irão reclamar ou alertar os adultos sobre sua condição”, pontua. Por isso, a recomendação é que a avaliação oftalmológica seja feita anualmente, mesmo que não haja queixas visíveis.

A entrada no processo de alfabetização é uma fase importante. Um problema visual não corrigido pode comprometer definitivamente a leitura e escrita. “Em um primeiro momento aprendemos a ler, depois lemos para aprender. Um indivíduo com baixa habilidade em leitura irá enfrentar extrema dificuldade em seu processo de aprendizagem escolar, mesmo sendo uma criança inteligente. Identificar problemas que possam impactar no processo de alfabetização e corrigi-los no tempo adequado é fundamental para o sucesso, não só escolar, mas para a formação de um cidadão pleno e capaz de evoluir em todas as suas potencialidades”, afirma Leiser.

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