Marconi resgata o ‘Menino da Camisa Azul’ de 1998 e sai do muro
Embora com os cabelos embranquecidos pelo tempo e com marcas no rosto que lembram muito pouco a fisionomia do ‘Menino da Camisa Azul’, gatilho de sua campanha em 1998, ainda mantém a eloquência oposicionista que derrotou a máquina do MDB. Hoje, sem estrutura, recursos, tempo de rádio e TV, procura nos fragmentos do que restou do PSDB, aliados e insatisfeitos com o governo de Ronaldo Caiado (União Brasil). No entanto, não basta só o legado de 20 anos de políticas desenvolvimentistas que implantou durante o mandarinato do PSDB. Os tempos e o eleitorado são outros que exige, não mais um discurso que faça as pessoas sonharem, mas o que realmente o estado instituição pode fazer por elas.
Esses desafios somados à convulsão espiral que grassa no país, à falta de credibilidade nos formadores de opinião e nas instituições que sustentam a democracia, torna difícil a tarefa de convencer o cidadão-eleitor que os políticos do passado podem resolver os problemas do presente. Por mais esforços que se faça, a ‘guerra’ da informação digital, na maioria das vezes, desconstrói a melhor das narrativas. Marconi sabe lidar com a informação, até as mais contraditórias, principalmente com os algoritmos. Ele foi um dos pioneiros em seus governos, a utilizar essa ferramenta.
Por isso ele transformou as redes sociais em um púlpito para criticar a gestão de Ronaldo Caiado-Daniel Vilela (MDB). Mas, agora, ele retirou do fundo da caixa de lembranças, o ‘Menino da Camisa Azul’ de 1998 e saiu do muro. Essa é a percepção de seus apoiadores e do meio político após o vídeo que circula nas mídias sociais. Diferente de outras postagens, essa tem um tom mais analítico e crítico sobre a situação do país e a prisão de Jair Bolsonaro (PL). No vídeo, Marconi diz que “o Brasil vive um momento muito delicado. De um lado, enfrentamos uma crise fiscal sem precedentes, por ameaças à liberdade. Falta estadista no país”. O tucano pulou do muro.
Wilder mostra que “frouxo” são os adversários
Empresário bem-sucedido e sem os vícios da velha política, Wilder Morais (PL) é um dos senadores mais discretos, mas também muito requisitado para as reuniões mais densas devido ao seu perfil ponderado. No entanto, ultimamente tem surpreendido o meio político e a mídia ao se posicionar de forma assertiva sobre eventos políticos polêmicos. Mas, ao reunir milhares de pessoas no domingo (3) na manifestação por anistia aos presos do ato de 8/1 e na segunda-feira (4), se juntar aos senadores no protesto da direita que pede para colocar o projeto em votação, calou os adversários que o chamaram de “frouxo”. Suas declarações têm repercutido por ter dito que
Live e voz
Durante o período de terça-feira (5) até nesta quinta-feira (7), Wilder permaneceu no Plenário do Senado em apoio aos colegas do PL. Participou de live dos senadores, postou vídeos e protestou sobre o STF e a prisão de Bolsonaro.
Governadores unidos
Nove dos 10 governadores convidados pelo colega do DF, Ibaneis Rocha (MDB), nesta quinta-feira (7), para fortalecer o discurso de oposição ao governo Lula. Quase todos eles pré-candidatos a presidente da República em 2026 como os governadores, Ronaldo Caiado (UB-GO), Tarcísio de Freitas (REP-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR), e Romeu Zema (Novo-MG). Embora não sejam candidatos à vaga de Lula, mas oposição ao PT, Mauro Mendes (UB-MT), Cláudio Castro (PL-RJ), Eduardo Riedel (PSDB-MS) e Ibaneis Rocha (MDB-DF). Eduardo Leite (PSD-RG) foi o único que não marcou presença.
Saída institucional
Os governadores de direita e centro-direita buscam uma saída institucional para a crise instalada na República. O esgarçamento entre o STF, os EUA, a direita, Jair Bolsonaro e o Congresso, “precisam ser mais equilibradas”, tem dito Caiado.
Caiado rebate Davi
Logo após a reunião com os governadores, Ronaldo Caiado (UB) rebateu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também do UB, que não depende da vontade dele para pautar o projeto de anistia como pede a oposição. “Quem pauta é a maioria. Se tem maioria, tem que pautar e votar. Este é o sistema democrático em que vivemos. O presidente [do Senado] tem que cumprir e colocar em votação”.