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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Apneia do sono atinge um terço da população adulta e exige atenção médica contínua

Distúrbio respiratório pode provocar complicações cardíacas, metabólicas e cognitivas; especialistas destacam diagnóstico preciso e tratamentos eficazes

Luana Avelarpor Luana Avelar em 9 de agosto de 2025
CPAP

Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam que 72% dos brasileiros convivem com doenças relacionadas ao sono. Entre elas, a apneia obstrutiva do sono atinge cerca de um terço da população adulta, com potencial para gerar problemas de saúde graves, como hipertensão, infarto, acidente vascular cerebral, arritmias e diabetes tipo 2.

A pneumologista Fernanda Miranda alerta para a variedade de impactos. “Fadiga e sonolência diurna, problemas cardiovasculares como hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias cardíacas. Pode provocar diabetes tipo 2, ganho de peso, problemas cognitivos e de humor, dificuldades de concentração, perda de memória, irritabilidade, ansiedade e depressão são comuns. Pode afetar a qualidade de vida e os relacionamentos. Além de disfunção sexual e complicações durante cirurgias, pois pessoas com apneia podem ter maior risco em procedimentos com anestesia, devido à dificuldade de manter as vias aéreas abertas”.

O diagnóstico é feito por polissonografia, exame que determina a gravidade e direciona o tratamento. “Por exemplo, quando uma pessoa obesa que emagrece muito pode eliminar completamente a apneia. Crianças com amígdalas aumentadas podem se curar após cirurgia, mas em muitos casos é uma condição crônica que exige tratamento contínuo. Mesmo assim, o tratamento costuma melhorar muito a qualidade de vida e prevenir complicações graves”, afirma.

As abordagens vão de mudanças de hábitos ao uso de dispositivos e cirurgias. “Em casos leves a moderados, a perda de peso, evitar álcool e sedativos, parar de fumar e dormir de lado já ajudam. Há também aparelhos intraorais (placas ou próteses), que são dispositivos que empurram a mandíbula levemente para frente, facilitando a passagem do ar. Para os outros tipos temos o CPAP, que é um aparelho com máscara que sopra ar continuamente no nariz ou boca para manter as vias aéreas abertas, cirurgias para casos selecionados, e estimulação do nervo hipoglosso, que é um implante de um dispositivo que estimula os músculos da língua para não colapsar durante o sono”

Fernanda reforça a eficácia do CPAP no tratamento de casos moderados a graves. “O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é o tratamento padrão-ouro para apneia moderada a grave, muito eficaz, mas exige adaptação e uso contínuo. Ele funciona ao manter as vias aéreas abertas com uma leve pressão de ar contínua, permitindo que você respire normalmente ao dormir. Durante o sono, o CPAP empurra o ar com leve pressão para manter a garganta aberta, evitando os colapsos que causam pausas respiratórias (apneias)”.

Para muitos pacientes, o uso é contínuo. Em casos específicos, como perda de peso significativa após cirurgia bariátrica, pode haver redução ou suspensão do tratamento. Ainda assim, a adesão regular é decisiva para prevenir complicações e preservar a saúde cardiovascular, respiratória e cognitiva.

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