Com o fim das férias e a proximidade do verão, cresce a procura por academias e programas de treino. Para muitos, o objetivo é exibir boa forma até dezembro; para outros, melhorar a saúde e a disposição. O aumento do interesse por dietas e exercícios físicos, no entanto, também acende um alerta entre especialistas: sem acompanhamento profissional, a prática pode trazer mais riscos do que benefícios.

O neurocirurgião especialista em coluna Túlio Rocha explica que abandonar o sedentarismo exige mais do que motivação. É necessário um planejamento que envolva uma equipe multidisciplinar, incluindo nutricionista, educador físico e cardiologista, para adequar o treino às condições clínicas de cada pessoa. “Assim, o especialista poderá saber o estado físico e as condições do paciente. Medindo a pressão e os batimentos cardíacos, o profissional conhece o perfil de cada um, o que costuma ser complementado com uma conversa e exames de como colesterol e triglicérides, entre outros”, afirma.

Segundo o médico, as articulações costumam ser as primeiras a sofrer quando o treino é iniciado de forma inadequada, mas o espectro de riscos é amplo: vai de tendinites a problemas cardíacos e descompensações de pressão arterial. Pessoas com hipertensão, diabetes ou histórico de doenças cardiovasculares enfrentam riscos ainda maiores, incluindo possibilidade de fraturas e lesões musculares.

Para evitar complicações, a recomendação é buscar avaliação médica antes de começar qualquer atividade física. O acompanhamento de um profissional de educação física também é essencial, especialmente para modalidades como musculação e exercícios aeróbicos, que exigem prescrição específica. “Certas atividades, como musculação e exercícios aeróbicos, precisam de prescrição, por isso, é importante que o professor converse com o aluno antes e entenda suas necessidades – antes de definir as séries de exercícios, os objetivos do aluno devem ser levados em conta: será que ele quer emagrecer, ganhar massa muscular ou a definir musculatura?”, destaca Rocha.

O especialista reforça que a supervisão profissional não serve apenas para evitar lesões, mas para potencializar resultados com segurança. “A orientação profissional é fundamental para garantir que o indivíduo fique mais saudável, tenha mais qualidade de vida e evite riscos para a saúde”, conclui.