Tamanho da punição aos deputados ‘rebeldes’ pode ter reflexos em 2026
A partir desta segunda-feira (11), o Congresso Nacional vai fervilhar com os debates sobre o tamanho da punição aos parlamentares ‘rebeldes’ que ocuparam as Mesas Diretoras do Senado e da Câmara Federal. A lista com os 14 nomes dos deputados que mais apareceram nas redes sociais com pedidos de anistia para Jair Bolsonaro (PL), para os presos do 8 de janeiro de 2023 e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) está com o Corregedor Parlamentar.
A maioria desses parlamentares é do PL e, caso sejam afastados, o cenário é tudo o que o presidente Lula deseja, assim como Hugo Motta (Republicanos) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Sem esses líderes de oposição, todas as pautas de interesse do governo tendem a ser aprovadas rapidamente, sem obstrução.
O lado ruim dessa equação para Hugo Motta é a perda de liderança. Ele foi eleito quase por unanimidade com apoio dessa turma, mas mostrou-se hesitante em “peitar” os amotinados que ocuparam a Mesa Diretora, transmitindo a imagem de um líder fraco. Tanto que coube ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), negociar o fim da ocupação.
Na avaliação de parlamentares experientes no jogo de poder no Congresso, o tamanho da punição aos rebelados e a atuação de Motta na pacificação vão definir sua liderança daqui para a frente. O Centrão, no entanto, ainda está em dúvida sobre como o relator do processo vai atuar. Se ele pedir suspensão de três ou seis meses e a proposta for aprovada pela Corregedoria Parlamentar, a tendência é a oposição radicalizar. Nesse quadro incerto, os reflexos políticos em 2026 podem ser significativos nas eleições gerais.
Sem punição no Senado
Se prevalecer o que o presidente do Senado disse aos colegas ‘rebeldes’ — que não haverá punição, mas que o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes está fora de qualquer discussão —, a tendência é reduzir o barulho. Caso essa decisão de Alcolumbre se mantenha, pode ajudar a atenuar também as punições aos “amotinados” da Câmara. A conferir.
Barulho por nada
A oposição bateu bumbo a semana inteira para tentar ajudar Jair Bolsonaro, mas, pela disposição dos ministros do STF, ele já estaria sentenciado à pena máxima. Basta uma rápida análise das decisões de Alexandre de Moraes aos presos do 8 de janeiro: quase todos receberam penas de 17 anos. Usando essa “régua”, Bolsonaro poderia ser condenado a mais de 100 anos, o que significaria morrer na cadeia.
PL puro sangue
O PL de Goiás deve caminhar sozinho, sem alianças, na eleição de 2026. A estratégia é tornar o partido o mais orgânico possível, com a meta de eleger senadores e deputados comprometidos com as diretrizes da legenda e defensores das pautas conservadoras.
Marconi foca no agro
O ex-governador Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, segue a diretriz de fortalecer a defesa do agronegócio goiano. Seus vídeos e críticas ao governo Ronaldo Caiado-Daniel Vilela têm como alvo o público conservador e de direita, especialmente o agro que reclama da taxa do Fundeinfra. Marconi afirma, em reuniões com lideranças do setor, que, se eleito, seu primeiro ato será acabar com a cobrança.
PSDB Agro
Com o objetivo de ampliar a representatividade do agronegócio dentro do partido e no cenário político nacional, o PSDB instituiu oficialmente o Secretariado Nacional PSDB Agro. O ato de criação foi realizado na terça-feira (5), com as presenças do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e do ex-deputado federal Nilson Leitão, vice-presidente do Instituto Pensar Agro e conselheiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).