Saldo comercial goiano recua em julho, mas sob influência da China
Os dados da balança comercial em Goiás mostraram, em julho, queda mais intensa das importações, com baixa proporcionalmente menos relevante para as exportações. Isso acabou determinando um recuo apenas moderado para o saldo comercial.
A maior influência sobre esses resultados veio do mercado chinês, enquanto as transações com os Estados Unidos — que vêm escalando seus ataques ao Brasil — continuaram apresentando desempenho muito favorável. Esse cenário pode ser explicado, em parte, por uma aparente aceleração das vendas de produtos goianos para o mercado americano, antecipando-se à entrada em vigor das sanções comerciais impostas pelos EUA, cuja aplicação era esperada para o primeiro dia de agosto, mas acabou adiada para o último dia 6.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Goiás exportou US$ 1,232 bilhão em julho deste ano, queda de 2,51% em relação aos US$ 1,264 bilhão exportados no mesmo mês do ano passado, o que representa redução de US$ 31,777 milhões. A baixa foi puxada pela queda de 2,79% nos volumes embarcados, já que o preço médio dos produtos exportados ficou praticamente estável, com ligeira alta de 0,28%.
Nos primeiros sete meses deste ano, as vendas externas somaram US$ 7,963 bilhões, alta moderada de 1,28% frente aos US$ 7,863 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Nesse intervalo, os volumes exportados cresceram 8,80%, passando de 12,845 milhões para 13,975 milhões de toneladas, mas com recuo de 6,91% nos preços médios por tonelada.
Ainda em julho, as importações caíram 6,07%, de praticamente US$ 432 milhões no sétimo mês de 2024 para US$ 405,786 milhões neste ano — US$ 26,214 milhões a menos. O superávit comercial, que já vinha em queda, recuou 0,67%, de US$ 832,148 milhões para US$ 826,584 milhões, cerca de US$ 5,564 milhões a menos.
Ainda avançando
No acumulado entre janeiro e julho, as compras externas mantiveram tendência de queda, influenciadas principalmente pela redução nas importações de adubos e fertilizantes. As aquisições externas recuaram de US$ 3,125 bilhões para US$ 3,098 bilhões, ou US$ 27,437 milhões a menos (-0,88%).
Com as exportações ainda no campo positivo, embora de forma modesta, o saldo comercial avançou de algo inferior a US$ 4,738 bilhões nos sete primeiros meses de 2024 para quase US$ 4,866 bilhões neste ano. O aumento de US$ 127,993 milhões representou variação de 2,70%.
Balanço
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As exportações de Goiás para os Estados Unidos mais do que dobraram em relação a julho de 2024, elevando a participação americana nas vendas externas do Estado para 4,83%. As vendas passaram de US$ 25,860 milhões para US$ 59,584 milhões, alta de 130,48%.
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As importações vindas dos EUA caíram 40,55%, de US$ 67,649 milhões para pouco menos de US$ 40,220 milhões, revertendo o déficit de US$ 41,789 milhões de julho de 2024 em superávit de US$ 19,364 milhões.
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Entre janeiro e julho, as exportações goianas para os EUA cresceram 91,73%, passando de US$ 206,109 milhões (2,62% do total) para US$ 395,179 milhões (4,96%). As importações recuaram 21,01%, de US$ 417,683 milhões para US$ 329,943 milhões. Assim, o déficit de US$ 211,574 milhões se transformou em superávit de US$ 65,235 milhões — uma virada de US$ 276,810 milhões, explicando boa parte do leve aumento do saldo comercial goiano.
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As vendas para a China caíram 14,39% em julho, de US$ 673,169 milhões para US$ 576,283 milhões, e 5,07% no acumulado de sete meses, de US$ 4,177 bilhões (53,1% das exportações goianas) para US$ 3,965 bilhões (49,8% do total).
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Com as importações de produtos chineses em queda de 1,24% em julho, o saldo comercial com a China encolheu 17,4%, de US$ 546,978 milhões para US$ 451,699 milhões — US$ 95,279 milhões a menos. Assim, o mercado chinês foi mais determinante para o recuo do saldo goiano naquele mês do que as sanções dos EUA.
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Apesar disso, entre janeiro e julho, o déficit foi moderado, graças à queda de 38,5% nas importações vindas da China, de US$ 642,811 milhões para US$ 395,179 milhões. O saldo comercial com o país asiático subiu 1,01%, de US$ 3,534 bilhões para US$ 3,570 bilhões. A participação chinesa no superávit goiano passou de 74,60% para 73,37%, mantendo a China como o principal parceiro comercial do Estado.
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