O público brasileiro não verá mais Rebeca Andrade se apresentando nas acrobacias e coreografias da prova de solo da ginástica artística. A atleta de 26 anos anunciou nesta terça-feira (12), durante participação no Rio Innovation Week, no Rio de Janeiro, que não competirá mais nesta modalidade.

De forma direta, Rebeca explicou que o solo é o aparelho que mais causa impacto no corpo e que, por questões de saúde, optou por encerrar sua trajetória nessa prova. Foram cinco cirurgias ao longo da carreira — três apenas no joelho direito — e dores recorrentes que a levaram a repensar seu calendário competitivo. “Parar de fazer solo vai me fazer continuar treinando por mais tempo. Sei que vocês amam quando eu faço solo, mas ainda posso mostrar muito nos outros aparelhos”, disse a ginasta.

Rebeca é a maior medalhista olímpica do Brasil, com seis pódios, incluindo o ouro no solo nos Jogos de Paris 2024, além de duas pratas e um bronze na mesma edição. Apesar da decisão, ela seguirá competindo em outras provas da ginástica artística e já tem metas claras para os próximos anos.

Histórico de lesões e decisões estratégicas

A trajetória da ginasta é marcada por superações. Em 2015, ela passou pela primeira cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho direito. As lesões subsequentes foram consequência desse primeiro problema, exigindo um total de cinco intervenções, além de cirurgias nos pés.

Mesmo com o histórico médico, Rebeca alcançou resultados expressivos. Em Paris, além do ouro no solo, conquistou prata no salto, prata no individual geral e bronze por equipes. Ao longo da carreira, a atleta também coleciona títulos mundiais e pan-americanos.

Segundo a própria ginasta, a decisão de se afastar da prova de solo foi necessária para preservar a longevidade no esporte e evitar novas lesões. “São 21 anos fazendo ginástica. É muito impacto no corpo. Preciso pensar no futuro e me manter saudável para continuar competindo”, declarou durante o evento.

Foco nos próximos campeonatos

A agenda de Rebeca segue cheia. Ela pretende disputar o Mundial de Ginástica Artística em outubro, na Indonésia. No entanto, o foco principal está voltado para os mundiais de 2026 e 2027, este último decisivo para a classificação às Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.

A saída da atleta do solo abre espaço para que outras ginastas assumam o protagonismo nessa prova nas próximas competições internacionais. Rebeca, por sua vez, continuará representando o Brasil em aparelhos como salto, trave e barras assimétricas, mantendo-se como uma das principais figuras da ginástica mundial.

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