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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Desemprego em Goiás chega ao menor nível em quase 12 anos

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 16 de agosto de 2025
Desemprego em Goiás chega ao menor nível em quase 12 anos Foto: IMB-GO
Desemprego em Goiás chega ao menor nível em quase 12 anos Foto: IMB-GO

O avanço do emprego formal, com participação mais destacada de ocupações que demandam alguma qualificação adicional, especialmente na indústria de transformação, contribuiu para reduzir o total de pessoas desocupadas no Estado no segundo trimestre deste ano, derrubando a taxa de desemprego para o seu nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2013.

Segundo a edição trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) em Goiás, divulgada na sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada atingiu recorde na série histórica iniciada em 2012, embora tenha demonstrado alguma desaceleração no ritmo de crescimento. O total de desocupados, por sua vez, foi o menor desde o trimestre final de 2014.

A taxa de desocupação havia avançado ligeiramente para 5,3% no primeiro trimestre deste ano, depois de alcançar 5,2% no segundo trimestre do ano passado, mas caiu para 4,4% entre abril e junho deste ano, ficando acima apenas da taxa de 3,9% registrada nos três últimos meses de 2013. O número de desempregados, da mesma forma, chegou a subir de 211 mil para 214 mil entre o segundo trimestre de 2024 e o primeiro deste ano, despencando para 180 mil no trimestre encerrado em junho, correspondendo a um tombo de 15,8% frente aos três meses imediatamente anteriores e ainda 14,5% inferior ao total registrado um ano antes.

O número de trabalhadores com alguma ocupação chegou a 3,892 milhões no segundo trimestre deste ano, variando 1,9% em relação ao trimestre anterior, quando a pesquisa havia identificado 3,818 milhões de ocupados. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi praticamente igual, já que havia 3,819 milhões de trabalhadores ocupados. Em 12 meses, portanto, foram gerados mais 72 mil empregos, mantendo a tendência de melhora, mesmo com desaceleração.

Empregos formais ganham destaque

Uma das novidades nas duas edições da pesquisa trimestral já divulgadas neste ano continua sendo o crescimento da “formalização”, indicando que o mercado de trabalho entrou em uma nova fase, já que o crescimento da ocupação na saída da pandemia vinha sendo predominantemente determinado pelo aumento da informalidade.

O número de trabalhadores sem registro em carteira ou CNPJ, ou ainda ocupados em atividades auxiliares para as famílias, manteve-se estável em 1,347 milhão no segundo trimestre de 2024 e nos primeiros três meses deste ano, mas aumentou 1,2% no segundo trimestre deste ano, para 1,363 milhão — apenas 16 mil a mais, ou pouco mais de um quinto das novas ocupações geradas pela economia goiana em 12 meses. Os empregos formais, por outro lado, cresceram mais vigorosamente, reforçando o bom desempenho do mercado de trabalho como um todo.

Balanço por setores e formalização

  • Os ocupados com acesso a direitos e à Previdência subiram de 2,340 milhões no trimestre encerrado em junho de 2024 para 2,407 milhões no segundo trimestre deste ano, significando elevação de 2,1% frente ao trimestre inicial e de 2,9% na comparação anual. Na primeira análise, a maior formalização contribuiu com 67,1% para o aumento das ocupações; na comparação anual, aproximou-se de 93,1%.

  • A estimativa da ocupação formal exclui do total de ocupados os informais estimados pelo IBGE e os trabalhadores sem carteira no setor público. Vale destacar que o setor público respondeu por 45,8% dos novos empregos criados entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período deste ano, com o número de servidores avançando de 437 mil para 470 mil, numa elevação de 7,6% (33 mil vagas preenchidas).

  • Setores de atividade que demandam maior qualificação passaram a ter papel relevante na ocupação estadual, incluindo indústria de transformação, informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, além de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.

  • Esses setores, que haviam empregado 1,442 milhão de trabalhadores no segundo trimestre do ano passado (37,8% do total de ocupados), passaram a empregar 1,541 milhão no segundo trimestre deste ano (39,6% do total). Entre os dois primeiros trimestres deste ano, foram contratados 33 mil trabalhadores a mais, correspondendo a 41% do total de novas ocupações. Em 12 meses, esses setores ampliaram os quadros com 99 mil novos trabalhadores, enquanto o restante da economia demitiu cerca de 27 mil.

  • A indústria de transformação, depois de longo período de perda de participação, elevou o número de empregados de 357 mil para 416 mil, alta de 16,5% — significando 59 mil empregos a mais, quase 82% do total das 72 mil vagas criadas na economia goiana no período. A participação do setor na ocupação total saiu de 9,35% para 10,69%.

  • Em relação à informalidade, embora o total de trabalhadores sem carteira no setor privado e nos serviços domésticos tenha registrado redução, o número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ subiu de 536 mil no segundo trimestre de 2024 para 597 mil neste ano, alta de 11,5% (62 mil a mais), representando quase nove entre cada 10 novas ocupações surgidas naquele intervalo.

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