E a inflação começa a desabar na segunda semana de agosto
A taxa de inflação tende a apresentar forte desaceleração neste mês, com queda nos preços dos alimentos e dos combustíveis e a deflação registrada nos mercados atacadistas nas últimas semanas, influenciada em parte pela queda do dólar e pelo próprio desaquecimento da economia.
Divulgado nesta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pelo Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) entre os dias 16 de julho e 15 de agosto, apresentou variação de apenas 0,09%. Mais impressionante: nas quatro semanas finalizadas em 7 de agosto, o índice havia subido 0,38%.
O recuo mais vigoroso ocorreu nos sete dias seguintes, reduzindo a taxa em 0,29 pontos percentuais. Os custos da habitação, pressionados pela alta na tarifa de energia elétrica residencial, haviam subido 1% na primeira quadrissemana de agosto, mas recuaram para 0,18% na segunda, uma queda de 0,82 ponto.
Os alimentos também contribuíram. Após voltarem ao terreno positivo no fim de julho, com altas de 0,01% e 0,05%, recuaram 0,04% no fechamento do mês. Já no período de 30 dias encerrados em 15 de agosto, a queda chegou a 0,31%. O IPC-S acumulado em 12 meses, que havia alcançado 4,62% até a primeira quadrissemana, recuou para 4,31% na sequência.
No atacado, os preços aferidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também calculado pelo Ibre/FGV e integrante do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), registraram leve alta de 0,06% entre 11 de julho e 10 de agosto. Ainda assim, o indicador veio de cinco meses consecutivos de queda, acumulando recuo de 3,22% no período de janeiro a agosto.
Bens finais, intermediários e produtos agropecuários mantiveram a trajetória de baixa: -0,83%, -0,64% e -2,39%, respectivamente, nos 30 dias encerrados em 10 de agosto. A tendência é de esvaziamento das pressões inflacionárias, ponto que deveria ser levado em conta pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na definição dos rumos da taxa de juros.
Seguro rural
O superintendente executivo de Resseguro, Negócios e Soluções Rurais da Brasilseg, Paulo Hora, antecipa perspectivas promissoras para o agronegócio neste ano, com avanço estimado de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor, mesmo diante de perdas regionais na safra de verão, especialmente no sul do Mato Grosso do Sul, norte do Paraná e, pelo quarto ano seguido, no Rio Grande do Sul.
Segundo ele, a avaliação ainda não considera os efeitos das turbulências provocadas pelo tarifaço dos Estados Unidos. Hora destacou que a Brasilseg tem investido em soluções inovadoras baseadas em sensoriamento remoto, inteligência artificial e análise de dados, o que tem permitido avaliações mais precisas dos riscos, produtos personalizados e otimização da gestão de sinistros.
Balanço
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Broto S.A. (Banco do Brasil e BB Seguros) – O CEO José Evaldo Gonçalo observa um forte aumento na busca por informações sobre seguros rurais. Entre 2022 e 2023, os acessos cresceram 25% e saltaram 132% no ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2025, em comparação a 2024, houve alta de 60% nas visitas e de 76% no número de produtores interessados, com destaque para seguro agrícola e de patrimônio rural.
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Bradesco Seguros – O seguro para máquinas e implementos agrícolas, lançado em 2022, já responde por cerca de 70% da carteira de equipamentos da seguradora. Em 2024, os prêmios arrecadados nesse segmento cresceram 13,3%, mas no primeiro trimestre de 2025 o avanço foi de 32,3% sobre igual período do ano anterior.
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Kovr Seguradora – Segundo o superintendente Fernando Pereira, a companhia vem ampliando a atuação entre pequenos e médios produtores, antes pouco atendidos pelo mercado. O seguro paramétrico agrícola se consolidou como alternativa ágil e objetiva, com R$ 5 milhões em indenizações já pagas neste ano. Apesar de não contar com subvenção, a empresa oferece taxas próximas às do mercado subvencionado.
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Essor Seguros – Líder no mercado de frutas, a seguradora foi fortemente impactada por eventos climáticos, como granizo e perdas de safras no Sul, mas segue ajustando seu portfólio, que hoje conta com mais de 80 produtos. De acordo com Raul Gonzales, diretor de Agro, as soluções oferecem cobertura que vai além do custo de produção, alcançando também a expectativa de receita do agricultor.
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