Viroses respiratórias avançam com retorno às aulas
Fiocruz alerta para aumento de SRAG em crianças e especialistas reforçam cuidados preventivos
Com o fim das férias e a retomada das aulas presenciais, o ambiente escolar volta a se tornar um ponto de atenção para a circulação de vírus respiratórios. O mais recente boletim InfoGripe, da Fiocruz, aponta aumento expressivo de notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 5 a 14 anos, especialmente em Goiás e no Distrito Federal. A combinação de salas fechadas, alta transmissibilidade viral e imunidade reduzida após o recesso escolar cria um cenário propício para novos surtos.
A otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta explica que a transmissão ocorre com frequência antes da manifestação dos sintomas. “É comum que uma criança aparentemente saudável, mas já infectada, vá para a escola e transmita para colegas sem saber que está doente”, afirma. Segundo ela, a contaminação pode ter ocorrido durante as férias, em locais como shoppings, clubes ou colônias de férias.
Entre os principais vírus e doenças que circulam neste período estão o vírus sincicial respiratório, influenza, adenovírus, rinovírus, mão-pé-boca e coqueluche, de notificação obrigatória. Os sintomas mais comuns incluem febre, obstrução nasal, tosse, dor de garganta e dor de ouvido. Sinais como manchas na pele, secreção amarelada ou esverdeada e falta de ar requerem atenção imediata.
A médica recomenda avaliação quando a febre persiste por mais de três dias ou há dificuldade para respirar, cansaço extremo ou alteração no estado geral. “Quando a criança, mesmo sem febre, demonstra abatimento, não se alimenta bem ou apresenta sinais de desconforto respiratório, é um alerta para procurar atendimento”, reforça.
A prevenção envolve manter o calendário vacinal em dia, reforçar hábitos de higiene, garantir ventilação nas salas e incentivar alimentação equilibrada. Escolas devem orientar pais a manterem crianças doentes em casa e comunicar a vigilância sanitária em casos de surtos.