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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Conflito em Gaza

ONU registra recorde de mortes de trabalhadores humanitários

Conflito em Gaza concentra quase metade das vítimas; 2024 foi o ano mais letal desde 1997

Luana Avelarpor Luana Avelar em 20 de agosto de 2025

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que 383 trabalhadores humanitários foram mortos em 2024, número que representa um aumento de 33% em relação ao ano anterior e marca o período mais letal desde o início dos registros, em 1997. Quase metade das vítimas estava em Gaza e nos territórios palestinos ocupados.

O balanço, divulgado na última terça-feira (19), revela ainda que 308 trabalhadores ficaram feridos, 125 foram sequestrados e 45 acabaram detidos no exercício de suas funções. Os dados foram apresentados em meio a uma ofensiva prolongada de Israel contra o Hamas, deflagrada após os ataques de 7 de outubro de 2023.

Para Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, a escalada da violência exige respostas imediatas da comunidade internacional. “Ataques dessa escala, sem responsabilização alguma, são uma acusação vergonhosa de inação e apatia internacional”, declarou em comunicado.

Em 2025, os números parciais também são alarmantes. Até o final de julho, já foram registradas 265 mortes de trabalhadores humanitários, segundo o Aid Worker Security Database, plataforma financiada pelos Estados Unidos que monitora incidentes de segurança em zonas de conflito. Desses, 173 ocorreram em Gaza, 36 no Sudão e três na Ucrânia.

Embora os trabalhadores humanitários sejam protegidos pelo direito internacional, especialistas apontam que a responsabilização por ataques desse tipo é rara. Entre os obstáculos estão a dificuldade em comprovar a intenção dos agressores e os riscos de comprometer o acesso futuro das organizações de ajuda em regiões instáveis.

Para a ONU, a repetição de recordes em dois anos consecutivos expõe a erosão das garantias de proteção a agentes humanitários. A entidade alerta que a violência contra esses profissionais compromete diretamente a entrega de alimentos, medicamentos e abrigo a milhões de civis em áreas devastadas pela guerra.

 

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