O grupo Olodum será o destaque da 24ª edição da Lavagem de Madeleine, maior celebração afro-brasileira da Europa, que acontece de 9 a 14 de setembro em Paris. O evento, parte do Ano Cultural Brasil-França 2025, reforça a projeção internacional da cultura afro-baiana e homenageia tradições que nasceram em Salvador.

Inspirada na Lavagem do Bonfim, a cerimônia parisiense foi idealizada em 2002 pelo multiartista Roberto Chaves, o Robertinho, e desde então se consolidou como um dos principais eventos culturais da comunidade brasileira no exterior. Já participaram nomes como Caetano Veloso, Margareth Menezes e Daniela Mercury.

O momento mais aguardado será no dia 14 de setembro, a partir das 10h, quando acontece o cortejo que sai da Praça da República e segue até a Igreja da Madeleine, onde serão lavadas as escadarias. A condução ficará a cargo do babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Ojú Onirê, de Santo Amaro da Purificação. Após a cerimônia, a festa se estende com shows, DJs e apresentações de dança.

A expectativa é superar os mais de 60 mil participantes da edição passada. Toda a programação poderá ser acompanhada pela página oficial do evento, que integra também a agenda cultural da prefeitura de Paris e a Rota dos Escravizados da Unesco, iniciativa voltada à preservação da memória da escravidão em locais de relevância histórica ao redor do mundo.

A Lavagem de Madeleine, que ocorre no coração da capital francesa, ganhou ainda mais destaque ao ser incorporada à programação oficial do Ano Cultural Brasil-França 2025, acordo firmado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron.

Olodum, símbolo da cultura afro-brasileira

Criado em 1979 no Pelourinho, em Salvador, o Olodum transformou-se de um bloco de carnaval formado por amigos do bairro do Maciel em referência mundial da cultura afro-brasileira. Fundado por Carlos Alberto Conceição (Carlinhos), Geraldo Miranda (Geraldão), José Luiz Souza Máximo, José Carlos Conceição (Nego), Antônio Jorge Souza Almeida (Vô), Edson Santos da Cruz (Bobo) e Francisco Carlos Souza Almeida (Gordo), o grupo nasceu como alternativa de lazer com dignidade para moradores da região.

Hoje, o Olodum é bloco, banda, escola de conhecimento, grupo de teatro e centro digital e de memória. Sua atuação vai além da música: promove educação, cidadania e defesa dos direitos humanos, consolidando-se como emblema de resistência cultural.