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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
2 bilhões de pessoas

Relatório da OMS expõe atraso global no acesso à água potável e saneamento

Mais de 2 bilhões de pessoas ainda vivem sem serviços básicos; pobreza menstrual reforça desigualdades entre mulheres e adolescentes

Luana Avelarpor Luana Avelar em 26 de agosto de 2025
beautiful african women fetching water from outside
Foto: FreePik

Cerca de 2,1 bilhões de pessoas continuam privadas de água potável, saneamento e higiene. O alerta foi feito na última terça-feira (26) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O relatório mostra que, apesar de avanços, a desigualdade no acesso segue, sobretudo em países de baixa renda, áreas rurais e entre minorias étnicas.

Do total, 106 milhões bebem diretamente de fontes superficiais sem tratamento. Outros 3,4 bilhões não têm saneamento seguro, incluindo 354 milhões que praticam a defecação a céu aberto. A falta de higiene também persiste: 1,7 bilhão de pessoas vivem sem serviços básicos em casa, e 611 milhões não contam com nenhuma instalação sanitária.

Os dados revelam uma lenta melhora em zonas rurais, onde a cobertura de água potável subiu de 50% para 60% entre 2015 e 2024, e a de higiene de 52% para 71%. Nas cidades, porém, a estagnação domina. “Água, saneamento e higiene não são privilégios, são direitos humanos básicos. Devemos acelerar a ação, especialmente para as comunidades mais marginalizadas”, afirmou Ruediger Krech, diretor interino da OMS.

O documento destaca ainda a dignidade menstrual. Em 70 países, muitas mulheres não têm absorventes suficientes para trocas regulares, aumentando riscos de infecção. Entre adolescentes, o impacto é maior: meninas de 15 a 19 anos são menos propensas a frequentar escola e atividades sociais durante a menstruação. O fenômeno é chamado de “pobreza menstrual”. No Brasil, uma em cada quatro estudantes falta às aulas nesse período.

“Essas desigualdades são especialmente gritantes para as meninas, que muitas vezes carregam o fardo da coleta de água e enfrentam barreiras adicionais durante a menstruação”, afirmou Cecilia Scharp, diretora do Unicef. A organização lembra que, sem mudança urgente, as metas de 2030 se tornam inalcançáveis, e bilhões seguirão excluídos de direitos elementares.

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