A tendência que redefine o cuidado com as unhas
Técnica russa redefine o cuidado com as unhas e espelha transformações do corpo na vida contemporânea
O movimento é milimétrico: uma broca delicada desliza sobre a cutícula, dispensando o alicate e evitando cortes. A chamada manicure russa, técnica que nasceu no Leste Europeu e ganhou espaço em salões da Europa e dos Estados Unidos, chegou com força ao Brasil e agora se espalha por Goiânia
O método altera a lógica conhecida. Em vez da cuticulagem semanal, a preparação segue etapas precisas: desenho do formato, limpeza com micromotor, nivelamento da superfície e esmaltação em gel. A microdermoabrasão substitui a lâmina e oferece polimento uniforme. O resultado vai além da estética: esmaltação que atravessa até trinta dias e redução dos riscos de inflamações.
A principal diferença em relação à manicure brasileira é a cuticulagem. No lugar do corte manual, a broca suaviza o contorno da unha e impede fissuras invisíveis, responsáveis por infecções recorrentes. O processo também preserva a estrutura natural ao dispensar acetona no momento da remoção de esmaltes semipermanentes ou de acrílico. Ao longo do tempo, a cutícula cresce mais fina, tornando o acabamento mais duradouro e limpo.
Mas não é um procedimento isento de cuidados. A técnica exige profissionais capacitados: mal aplicada, pode provocar lixamento excessivo e enfraquecimento da unha. A manutenção indicada a cada 21 dias e a hidratação contínua são parte do protocolo. A promessa de segurança e precisão depende, portanto, da execução criteriosa.
“Mais do que estética, a manicure russa traz um novo olhar para o cuidado pessoal, unindo tecnologia, saúde e sofisticação. Nosso propósito é transformar a experiência do cliente em um momento de autocuidado e autoestima”, afirma a empreendedora goiana Débora Menino, que acompanha de perto a expansão da prática.
A popularização em Goiânia revela mais que adesão a um modismo. Mostra como práticas globais são absorvidas por contextos locais e traduzidas em linguagem cultural. O detalhe na ponta dos dedos passa a simbolizar a tentativa de conciliar estética e eficiência em meio ao compasso acelerado da vida urbana.