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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
DESCASO

Corpo de paciente permanece por cinco horas em enfermaria com outros internados no HUGO, segundo denúncia

População denuncia descaso no atendimento com desmazelo dos profissionais, sujeira, falta de alimento, água, leitos e remédios

Eduarda Leitepor Eduarda Leite em 28 de agosto de 2025
hugo
Descaso na saúde revolta cidadãos goianos (Foto: Reprodução/ Oloares Ferreira)

A acompanhante de um paciente realizou uma denúncia anônima acerca de uma pessoa que faleceu no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO), em Goiânia. De acordo com ela, a equipe médica da unidade cobriu o corpo e o manteve por cinco horas na enfermaria. 

Em relação a isso, o HUGO, em nota, lamentou o ocorrido. O hospital afirma que “instaurou investigação para adotar as medidas necessárias”. (Confira a nota na íntegra abaixo)

No mesmo dia da denúncia, quarta-feira (27), veio à público denúncias acerca da qualidade do atendimento no hospital. Tanto pacientes, quanto acompanhantes, se queixam acerca do desmazelo dos profissionais da saúde, sujeira, falta de alimento, água, leitos e remédios na unidade. 

A publicação de um compilado das denúncias no Instagram do jornalista Oloares Ferreira revela a insatisfação daqueles que dependem do atendimento da unidade para a garantia da própria saúde, ou da saúde de familiares.

 

Descaso

Enquanto mostra uma fila de pacientes deitados em macas no corredor do HUGO, um cidadão expõe a situação do próprio pai. “Todo mundo aqui esperando cirurgia. Esse aqui é meu pai, chegou aqui no domingo. Desde então, está sem comer, sem beber água, aguardando cirurgia. Como é que aguenta fazer cirurgia se já está debilitado?” diz o filho, alarmado. Ele também mostra que, além do pai, há outras pessoas na mesma situação. “O que está acontecendo com a saúde de Goiânia?”, questiona. 

No mesmo clipe, uma mulher deitada em uma maca compartilha, indignada, detalhes de sua própria situação. “Eu com fome amigo, eu com fome. aqui nesse corredor já tem três dias, e é cirurgia que não sai. Três dias esperando por uma sala e por um quarto. Remédio é só na hora que eles querem”, conta a paciente do HUGO.

A publicação do jornalista tornou-se um verdadeiro “Reclame Aqui”. Isso porque os cidadãos viram nesta a oportunidade de expor seu descontentamento com as experiências na unidade de saúde.

Nos comentários, a população se manifesta ao sugerir que o hospital é caso de polícia, e que o Ministério Público deveria tomar conta da situação. “Está um caos isso aí. Comida gelada e fora de hora, curativos que não são trocados, curativos cheios de sangue”, diz um internauta. Ainda na publicação, os usuários denunciam que a precariedade do atendimento tornou-se mais grave após a mudança de gestão.

 

Esclarecimentos

Em junho de 2024, a Sociedade Albert Einstein assumiu a administração do HUGO. De acordo com o comunicado oficial desta mudança, o contrato do Governo Estadual com o Albert Einstein estabelece o repasse mensal de cerca de R$ 22 milhões. Na época, o subsecretário da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Luciano de Moura, afirmou que a alteração melhoraria o atendimento aos pacientes da unidade de saúde.

Em nota, a SES reitera que o HUGO é referência em urgência e emergência, e tem uma demanda por casos de alta complexidade de todo o estado. Por isso, quando o volume torna-se muito grande, a unidade adota “Planos de Contingência com priorização dos casos clínicos mais críticos”, o que, em tese, explicaria a situação dos pacientes em fila de espera. (Confira a nota na íntegra abaixo)

O O HOJE solicitou um posicionamento da gestão do HUGO, mas até o momento não obteve retorno. O espaço continua aberto.

 

Nota Secretaria de Estado da Saúde

Esclarecemos que o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) é referência em urgência e emergência, recebendo, via regulação, casos de alta complexidade de todo o estado, o que muitas vezes exigem internações prolongadas. Quando isso se soma a um aumento de demanda, a unidade adota Planos de Contingência com priorização dos casos clínicos mais críticos, inclusive os cirúrgicos, além de outras adaptações, como a maior frequência da higienização dos espaços e o aumento do quadro de colaboradores para a realização de uma limpeza efetiva. Apesar do cenário de superlotação, todo e qualquer paciente recebe o cuidado necessário, onde quer que ele esteja dentro do hospital.

Nota HUGO acerca do óbito

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com os familiares e pacientes que estavam no quarto. A unidade instaurou investigação para adotar as medidas necessárias e evitar que a situação ocorra novamente. Em condições que envolvem óbito, informa que atua com base em protocolo assistencial e administrativo para oferecer assistência humanizada, bem como acolhimento a familiares e pacientes.

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