Bia Kicis e Izalci não dão trégua aos “ladrões de velhinhos” na CPMI
Enquanto as atenções estão voltadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares próximos, no Congresso, a CPMI do INSS segue dando muita dor de cabeça à base do presidente Lula. Em destaque, dois integrantes da oposição que não têm dado trégua aos “ladrões de velhinhos”: a deputada federal Bia Kicis e o senador Izalci Lucas, ambos do PL brasiliense. Izalci tem sido o autor de dezenas de requerimentos que pedem à comissão para ouvir testemunhas de acusação. Não só eles, mas sindicalistas petistas, dirigentes de associações fantasmas e altos funcionários do INSS. Essa turma está envolvida nas fraudes dos descontos não autorizados pelos aposentados e pensionistas.
Da mesma forma, a deputada Bia Kicis, com sua longa experiência jurídica – ela é procuradora aposentada –, parlamentar acostumada aos embates com a esquerda no parlamento, formula perguntas e faz questionamentos assertivos. Seu conhecimento remonta a 2023, quando estava na presidência da Comissão de Fiscalização e Controle (CFC). Nesse período, ela já tinha reunido as primeiras provas de desvios e chamado o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, para prestar esclarecimentos.
Entretanto, nesta segunda-feira (1°), Bia interrogou o advogado Eli Cohen, testemunha de acusação que, resumidamente, disse ser “impossível que esses desvios, que somam cerca de R$ 7 bilhões, tenham sido efetuados sem a participação de uma verdadeira quadrilha de servidores do próprio INSS”. De certo modo, mesmo com o esforço da base governista para evitar esses depoimentos, a oposição tem frustrado as investidas.
Saída de ministros favorece Caiado
O ultimato da Federação União Progressista (União Brasil+PP) para que os ministros das duas legendas deixem o governo Lula, em um primeiro momento, favorece a tese do governador de Goiás e presidenciável, Ronaldo Caiado (UB). Desde o momento em que lançou sua candidatura, pedia o desembarque do governo, mas os caciques ignoravam seus apelos.
Vitória passageira
Se o roteiro dos caciques do Centrão, senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Antônio Rueda (União Brasil), abraçar de vez a pré-candidatura a presidente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), Caiado volta a ser um candidato “solo”, sem o apoio de seu partido.
Nem tanto assim
Lula é um político que conhece a alma do Centrão e por isso aceita a permanência dos ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações). Eles são indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Além deles, outros cargos estratégicos, como o da Caixa Econômica e segundo escalão. Fisiologismo para essa turma é pouco!
Reforço à CPMI
A senadora Damares Alves recorreu à Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias (Abradeb) para colaborar com a CPMI que apura fraudes no INSS. Damares ressaltou a relevância da entidade no processo que deu origem às investigações. “Foram os trabalhos dessa associação que deram origem a essa CPMI”, destacou.
Magul vereador
Suplente de vereador, Michel Magul (PSDB) foi empossado nesta terça-feira (2) no lugar do titular, Sebastião Peixoto (PSDB), que pediu licença para interesse particular pelo prazo de 121 dias. “Vou dedicar o tempo para estruturar minha campanha ao Senado em 2026”, justificou. Magul será o mais jovem parlamentar da atual legislatura, aos 33 anos, e faz parte de uma “geração que quer ser ouvida”.
Tagliaferro X Moraes – Por mais contundente e probatório que sejam as acusações de Eduardo Tagliaferro, ex-faz-tudo de Alexandre de Moraes e agora delator do ministro, a repercussão será modesta na mídia. Estão mais interessados em enjaular Jair Bolsonaro e jogar a chave fora.