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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
discussão

Paço retoma ideia de espaços para som automotivo entre promessas e desafios

A administração afirma que estudos técnicos serão feitos antes da implementação ou discussão do projeto

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 3 de setembro de 2025
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Foto: Divulgação

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), voltou a tratar da criação de espaços dedicados ao som automotivo, promessa de campanha que ganhou destaque em 2024. Ao ser questionado por entusiastas do setor, Mabel afirmou que a proposta será entregue em 2026. 

A iniciativa busca atender a uma demanda cultural específica, mas ainda enfrenta dúvidas sobre infraestrutura, localização, segurança e impacto urbano, gerando debate entre especialistas, moradores e jovens adeptos da prática.

O projeto não é novo. Ele surgiu durante a campanha eleitoral de 2024, foi discutido pelo então secretário de Cultura e atualmente está sob responsabilidade direta da prefeitura. Na época, o prefeito anunciou a intenção de criar dois espaços exclusivos: um localizado na Região Noroeste da cidade e outro a ser definido.

Segundo ele, os locais serviriam para que entusiastas do som automotivo pudessem realizar eventos sem incomodar bairros residenciais. Durante o anúncio, Mabel destacou que a medida visa oferecer “segurança, boa infraestrutura e liberdade para que a galera abra o bigode do som automotivo”.

A proposta, entretanto, ainda não tem definição sobre orçamento ou localização definitiva. A prefeitura informou que estudos técnicos estão em andamento para definir locais adequados, critérios acústicos, vagas de estacionamento, regras de uso e modelo de gestão dos espaços. 

A execução do projeto depende da aprovação do Legislativo e da disponibilidade orçamentária, mantendo a iniciativa em estágio de promessa, enquanto a população aguarda informações concretas.

Especialistas em segurança urbana destacam a necessidade de planejamento cuidadoso para evitar acidentes e conflitos. Fabrício Costa, consultor da área, aponta que a concentração de veículos rebaixados e som alto pode gerar riscos de acidentes, brigas e sobrecarga em serviços de saúde e segurança pública. 

Ele sugere que os espaços sejam construídos em áreas isoladas, como autódromos, campos privados ou terrenos afastados de zonas residenciais, com fiscalização rigorosa, monitoramento eletrônico e campanhas educativas. “Eventos desse tipo sem controle adequado podem se transformar em situações de risco coletivo”, alerta Costa.

Além da segurança, o impacto cultural é outra questão relevante. Para especialistas em comportamento urbano, espaços dedicados ao som automotivo podem ser considerados formas legítimas de expressão cultural, reunindo jovens em atividades de lazer organizadas. 

Por outro lado, sem regulamentação, esses eventos podem gerar conflitos com moradores próximos, perturbação sonora e desordem urbana, o que exige equilíbrio entre interesses culturais e bem-estar coletivo. O debate sobre o tema é reforçado pelo fato de que o projeto resgata promessas de campanha e precisa equilibrar expectativas de diferentes públicos.

O aspecto prático também gera questionamentos: haverá tratamento acústico, controle de horário, estacionamento adequado, segurança privada ou policial, e regras sobre consumo de álcool e drogas? Essas perguntas ainda não têm respostas concretas. A prefeitura garante que os estudos técnicos abordarão essas questões.

Em termos políticos, a retomada do projeto reforça a discussão sobre promessas de campanha. Embora Mabel destaque o compromisso em entregar os espaços, especialistas lembram que iniciativas desse tipo exigem planejamento técnico, viabilidade orçamentária e aceitação social. 

A proposta, portanto, ainda depende de análise detalhada para garantir que os eventos de som automotivo possam ocorrer de forma segura, ordenada e culturalmente valorizada.

A definição sobre local, infraestrutura e regras de funcionamento devem ser divulgadas oficialmente até 2026. Ao mesmo tempo, a população em geral observa atentamente a proposta, ponderando se esses espaços representarão um avanço cultural ou um desafio adicional à gestão urbana.

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