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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Cine Cultura

Goiás relembra 38 anos do acidente com césio-137

Cine Cultura recebe exibição de documentário e palestras que discutem impactos sociais, ambientais e de saúde da tragédia

Luana Avelarpor Luana Avelar em 5 de setembro de 2025
A terra foi removida at 8 mts de profundidade e coberta com concreto 600x450 1

Trinta e oito anos depois, Goiânia volta a enfrentar o trauma deixado pelo césio-137. A Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio do Arquivo Histórico Estadual, promove na próxima segunda-feira (8) o evento Narrativas da dor: rememorando o acidente com o césio 137 – 38 anos depois. A iniciativa busca revisitar os efeitos do maior acidente radioativo da América Latina, ocorrido em 1987, e preservar sua memória como ferramenta pedagógica para as novas gerações.

A programação começa às 9h, no Cine Cultura, com a exibição do documentário O Brilho da Morte (2003), de Luiz Eduardo Jorge. O curta, baseado em depoimentos de vítimas, revela o cotidiano de dor, medo e discriminação vivido por moradores contaminados. O acidente, provocado pela manipulação de cápsulas de césio abandonadas em um aparelho de radioterapia, deixou mortos, provocou sequelas graves e expôs falhas na gestão de resíduos nucleares no país.

Após a sessão, três especialistas debatem o episódio sob diferentes enfoques. Glauciene Umbelina, diretora do Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (CARA), trata do acompanhamento das vítimas ao longo das décadas. Arthur Cornélio Otto, mestre em Engenharia Nuclear e responsável pela construção do repositório de rejeitos em Abadia de Goiás, relata os desafios técnicos do processo. Já Gilberto David Filho, psicólogo sanitarista, discute os impactos emocionais e sociais ainda visíveis na capital.

O evento é gratuito e aberto ao público. Mais do que recordar, a proposta é transformar a lembrança em instrumento de prevenção e reflexão. O acidente de Goiânia, frequentemente comparado a desastres como Chernobyl e Fukushima em escala de gravidade, permanece como alerta sobre os riscos da negligência no manejo de substâncias radioativas.

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