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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
saúde

Limites familiares ajudam a preservar a saúde mental

Especialistas apontam que fronteiras claras evitam desgaste e fortalecem vínculos afetivos

Luana Avelarpor Luana Avelar em 6 de setembro de 2025
pessoas se encontrando no centro comunitario
Foto: Freepik

Perguntas invasivas, palpites insistentes e julgamentos recorrentes são situações comuns em encontros familiares. Embora muitas vezes naturalizados, esses episódios podem gerar efeitos negativos no bem-estar, como estresse, ansiedade e sensação de esgotamento. Pesquisas na área de saúde mental indicam que a ausência de limites claros dentro das relações familiares favorece o surgimento de vínculos desgastados e conflitos de difícil reparação.

Uma pesquisa publicada na Frontiers in Psychology (2020) identificou que famílias marcadas por baixo afeto entre pais e filhos, falta de coesão e alta conflituosidade apresentam maior prevalência de sofrimento psicológico em adolescentes brasileiros. O levantamento mostrou ainda que ambientes familiares instáveis afetam a autoestima e ampliam a vulnerabilidade emocional.

Evidências semelhantes foram encontradas em estudo apoiado pela Fapesp (2023), que analisou os efeitos de adversidades precoces na vida adulta. O trabalho apontou que crianças expostas a conflitos constantes e situações de estresse familiar apresentam maior risco de desenvolver transtornos mentais no futuro, sobretudo quando associadas a condições socioeconômicas desfavoráveis.

O relatório “Família e Saúde Mental” (Secretaria Nacional da Família, 2021) reforça a importância de fronteiras claras como fator protetivo. Segundo o documento, famílias que estabelecem regras de convivência, distribuem responsabilidades e valorizam a comunicação reduzem a probabilidade de adoecimento emocional entre seus membros.

Na prática, a ausência de limites tende a gerar sensação de invasão de privacidade, estresse e sobrecarga emocional. A definição de fronteiras, ao contrário, preserva a individualidade sem romper os vínculos afetivos. Pesquisas em psicologia social mostram que limites flexíveis, construídos de forma gradual e negociada, são mais eficazes para manter relações equilibradas do que barreiras rígidas e inflexíveis.

O conjunto das evidências aponta que o cuidado com a saúde mental não se limita a terapias ou intervenções médicas. O ambiente familiar, quando estruturado com respeito às fronteiras individuais, funciona como um dos principais fatores de proteção. A definição de limites deixa de ser vista como distanciamento e passa a ser compreendida como um dos alicerces de vínculos saudáveis.

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