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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Operação policial

Polícia desmonta esquema milionário de cogumelos alucinógenos

Operação prende 9 em rede que faturou R$ 26 milhões com drogas

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 6 de setembro de 2025
Mutação genética elevava poder dos ‘cogumelos mágicos’ vendidos pela quadrilha. Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta quinta-feira (4), nove pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada na produção e venda de cogumelos alucinógenos. Segundo as investigações, o grupo realizava mutações genéticas na espécie Psilocybe cubensis para aumentar a concentração de psilocibina, substância psicodélica proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com a polícia, entre as variações cultivadas estava a chamada “enigma”, que apresenta formato semelhante a um coral e não libera esporos. Esse tipo de fungo exige clonagem para propagação e condições específicas de cultivo, o que eleva o preço do produto no mercado clandestino. Em comparação com variedades convencionais, o valor pode ser até duas vezes maior.

Durante a operação, foram apreendidos mais de 3 mil pacotes de cogumelos, além de equipamentos de laboratório utilizados para manipulação genética e cultivo. O material recolhido passará por perícia no Instituto de Criminalística de Brasília, que deve identificar todas as substâncias presentes.

Segundo o delegado Waldek Facchinelli, parte dos insumos era adquirida pela internet, principalmente da China. Ele explicou que a facilidade de acesso a culturas líquidas no comércio eletrônico permite a reprodução ilegal desses fungos em território nacional.

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Mais de 3 mil pacotes de cogumelos foram apreendidos em oito estados e no DF. Foto: Divulgação

As prisões ocorreram em oito estados e no Distrito Federal. Dois universitários foram detidos em Taguatinga e Águas Claras. No Paraná, seis pessoas foram presas em Curitiba e Campo Magro. Outro suspeito foi localizado em Santo André, em São Paulo.

As investigações apontam que a rede movimentou cerca de R$ 26 milhões em apenas um ano. Os presos devem responder por crimes como tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, curandeirismo, promoção de publicidade abusiva, disseminação de espécies nocivas à agricultura e integração em organização criminosa.

A Polícia Civil informou ainda que outras prisões em flagrante foram realizadas, mas o número de detidos nessas circunstâncias não foi detalhado.

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