O Vaticano declara neste domingo (7) a canonização de Carlo Acutis, jovem italiano morto em 2006, aos 15 anos, em decorrência de uma leucemia fulminante. Ele será o primeiro santo da geração millennial, termo que designa aqueles nascidos entre 1981 e 1996. A cerimônia será também a primeira canonização conduzida pelo papa Leão 14, após a morte de Francisco.

O corpo de Acutis está exposto no Santuário da Espoliação, em Assis, cidade histórica no centro da Itália e um dos principais destinos do turismo religioso. Visitado por quase 900 mil pessoas em 2024, o local reúne peregrinos, estudantes em excursões e turistas atraídos pelo túmulo envidraçado. A imagem do jovem vestido com moletom azul-marinho, calça jeans e tênis Nike, com rosto e mãos cobertos por silicone para preservar os traços, reforça a identificação com as novas gerações.

A ligação entre Acutis e Assis foi marcada pela devoção a São Francisco e Santa Clara, santos medievais cujos túmulos estão entre os mais visitados da Igreja Católica. A escolha do Santuário da Espoliação para guardar seus restos mortais carrega simbolismo: o local é associado ao gesto de renúncia de Francisco aos bens materiais, interpretado agora como paralelo à vida interrompida precocemente do novo santo.

Nascido em Londres em 1991, de pais italianos, Acutis cresceu em Milão. Desde a primeira comunhão, passou a frequentar a missa diariamente e ganhou notoriedade por usar habilidades de programação para criar sites de paróquias e de catalogação de milagres. Essa atuação fez com que fosse chamado de “patrono da internet”.

O reconhecimento oficial pela Igreja começou em 2020, quando foi beatificado após a comprovação de um milagre atribuído à sua intercessão em Campo Grande (MS), onde um menino de três anos foi considerado curado de uma malformação no pâncreas. A canonização neste domingo é o passo final do processo que o inscreve entre os santos da Igreja Católica.