PCGO prende dono e cuidadora de abrigos por maus tratos a idosos, em Novo Gama
Idosos viviam em condições degradantes, e, ainda assim pagavam mensalidades de R$1,7 mil a R$2 mil pela internação
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu em flagrante o proprietário e a cuidadora de um abrigo de idosos em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, nesta sexta-feira (5). A ação foi realizada pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) em conjunto com o Ministério Público, Suvisa, Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária e Creas.
A investigação começou após denúncia anônima. De acordo com o relato, uma mulher de 86 anos, abandonada pelos filhos na instituição, estaria sofrendo maus-tratos. Apesar da denúncia, a mulher morreu poucos dias após a denúncia. Durante as diligências, a polícia apurou que a idosa havia sido internada no local havia cerca de 11 meses. Além disso, a PCGO também aponta que outros moradores estavam na mesma situação.
Situação precária
Com base nos indícios, a Justiça autorizou um mandado de busca e apreensão. No cumprimento da ordem, equipes encontraram seis idosos vivendo em condições degradantes, com forte odor de urina, higiene precária, escassez de alimentos e ausência de acompanhamento médico. Alguns estavam acamados, apresentavam doenças mentais e não tinham condições mínimas de locomoção.
Relatos colhidos no local apontaram que os idosos não recebiam o devido atendimento médico, mesmo em casos de doenças crônicas. Além disso, dois deles precisaram ser levados imediatamente para uma unidade de saúde.
A vistoria também revelou que o abrigo não possuía alvará de funcionamento e mantinha idosos mediante pagamento mensal que variava de R$ 1,7 mil a R$ 2 mil, conforme o estado clínico de cada interno.
A PCGO autuou o dono e a cuidadora foram por maus-tratos contra idosos, crime previsto no artigo 99 do Estatuto do Idoso. As investigações continuam para apurar responsabilidades e possíveis omissões de familiares.
Leia mais: Caseiro é assassinado a tiros na frente dos filhos após discussão em Silvânia