Se Bolsonaro for para a cadeia, Lula não passa pautas eleitorais
Será retomado hoje o julgamento de Jair Bolsonaro e sete de seus antigos auxiliares pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal. A diferença para a semana passada é que agora o clima vai passar de quente para caldeirão de azeite fervendo. O que se aguarda não é o veredito, porque o ex-presidente está condenado desde que Luiz Inácio Lula da Silva recuperou a elegibilidade – a expectativa é para o tamanho da pena, com o consequente destino de Bolsonaro. Não se sabe se vai permanecer em prisão domiciliar, como Fernando Collor, ou se será abrigado em salas de algum quartel do Exército em Brasília, como Lula ficou em sala da Polícia Federal em Curitiba.
O HOJE conversou com um parlamentar do partido de Bolsonaro, o PL, e ele subiu o tom: “Se o presidente [referia-se a seu colega] não continuar em casa, o Congresso vai parar, o Brasil vai parar”. Desde o 7 de Setembro, quando as manifestações bolsonaristas foram bem maiores que as da esquerda, a direita se animou. Fala em anistia como um assunto sem volta. É impossível aprová-la antes da decisão do STF apontando a pena do quinto chefe de estado brasileiro no pós-guerra – Bolsonaro estará em boa companhia, pois Juscelino Kubitschek teve esse dissabor.
O congressista garante que as pautas caras ao PT, como a que isenta quem ganha até R$ 5 mil por mês, ficarão sobrestadas (adiadas). As manobras regimentais são comuns no Senado e na Câmara, porém agora seria algo radical. Se a oposição aderir em massa, é impossível qualquer projeto ser aprovado. Espera-se que requente a saída de PP e União Brasil, pois até agora seus quatro ministros e o presidente da Caixa Econômica continuam no governo, até prestigiaram Lula no desfile da Independência.