Brasil registra entrada de três novas drogas perigosas
Em menos de 20 dias, governo inclui três novas substâncias no controle nacional e reforça monitoramento com Argentina, Paraguai e Chile
Pela primeira vez, o Sistema de Alerta Rápido (SAR), vinculado ao Ministério da Justiça, apontou a presença de três novas drogas em circulação no Brasil. A ferramenta, criada para identificar substâncias emergentes, já havia emitido comunicados sobre riscos em outros momentos, mas agora mostra que consegue reagir em tempo recorde diante de ameaças inéditas à saúde pública.
Entre as descobertas, duas substâncias estavam no produto industrializado Magic Mushroom Gummies, da marca norte-americana TRE House, que já havia sido encontrado no Chile, Canadá e Bélgica. A terceira droga foi detectada após exame em um paciente que relatou ter consumido álcool e um comprimido. O laudo revelou n-pirrolidino protonitazeno, um opioide sintético do grupo dos nitazenos, substância registrada em países como Canadá, França e Alemanha.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), responsável pelo SAR, essas substâncias entraram no controle nacional apenas 19 dias depois da notificação. O sistema, além de analisar e divulgar dados sobre novas drogas, também recebe alertas de qualquer pessoa e monitora tendências de consumo, permitindo respostas rápidas a ameaças emergentes.
Cada relato enviado ao SAR é avaliado por um comitê técnico da Senad, que decide se a situação gera apenas registro, um informe técnico ou um boletim de alerta público. Em agosto, por exemplo, o órgão emitiu um comunicado sobre os nitazenos com orientações sobre riscos, sintomas de intoxicação e medidas preventivas. Criados originalmente na década de 1950 como analgésicos, esses opioides nunca foram aprovados para uso médico por serem altamente potentes e viciantes.
Ao mesmo tempo, o Brasil articula uma rede de cooperação com Argentina, Paraguai e Chile para agilizar o compartilhamento de alertas fronteiriços. Inspirado em modelos internacionais, o mecanismo pretende reduzir de semanas para poucos dias o tempo de reação, dificultando a disseminação de substâncias perigosas no continente e reforçando a segurança pública.
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