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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Saúde

Dermatite atópica: doença crônica atinge até 25% das crianças

A dermatite atópica é uma condição de pele frequente no Brasil, afetando até 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 14 de setembro de 2025
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Dermatite atópica: doença crônica atinge até 25% das crianças. | Foto: Reprodução/Freepik

A dermatite atópica é uma doença crônica de origem genética que provoca inflamação da pele, levando ao surgimento de lesões e coceira intensa. Embora não seja contagiosa, a condição tende a se manifestar com maior frequência em famílias, o que indica sua hereditariedade. A dermatite atópica é uma condição de pele frequente no Brasil, afetando até 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos.

A dermatite atópica atinge entre 1% e 3% dos adultos na maioria dos países, sendo mais comum em pessoas com predisposição atópica, que podem desenvolver uma ou mais condições relacionadas, como dermatite atópica, rinite alérgica e asma.

Os episódios podem ser desencadeados por diversos fatores, como alergias a pelos de animais, atrito da pele com determinados tecidos ou até situações de estresse elevado. Mesmo com cuidados adequados, a pele continua sensível, e a coceira pode ser tão persistente que atrapalha o sono e as atividades cotidianas.

Mais do que simples ressecamento, a dermatite atópica está relacionada à deficiência de lipídios na pele, substâncias que funcionam como barreira protetora contra a perda de água. Sem essa camada natural, a pele se torna vulnerável a irritantes, microrganismos e alérgenos, agravando os sintomas.

A gravidade da doença varia significativamente, mesmo entre membros da mesma família. Isso ocorre porque a dermatite atópica é modulada por fatores imunológicos, hormonais, ambientais e psicológicos, o que torna os efeitos dos tratamentos individuais diferentes de pessoa para pessoa.

Fatores como suor excessivo, mudanças bruscas de temperatura, banhos muito quentes, sabonetes agressivos e fricção da pele com buchas ou esponjas podem agravar a dermatite atópica ou provocar o ressurgimento das lesões. Até aspectos emocionais, como noites maldormidas ou episódios de estresse, são capazes de intensificar os sintomas. Segundo especialistas, a água quente remove até 70% da barreira protetora da pele em um único banho, enquanto a fricção mecânica aumenta o risco de inflamação. Por isso, dermatologistas recomendam banhos rápidos com água morna e o uso de sabonetes suaves para quem convive com a doença.

A dermatite atópica pode se manifestar ainda na primeira infância, já a partir de dois ou três meses, mas também pode surgir na infância tardia, adolescência ou idade adulta. Quanto mais cedo e extensa for a manifestação, maior a probabilidade de a doença se tornar persistente e grave na vida adulta, já que a inflamação prolongada compromete de forma duradoura a barreira cutânea. A recomendação é procurar um dermatologista ao identificar os primeiros sinais.

O clima exerce influência direta sobre a doença. O calor e a umidade elevam a produção de suor, irritando a pele e estimulando a coceira, enquanto o frio seco resseca a pele e intensifica os sintomas. Esse ciclo de coceira é difícil de interromper: ao coçar, a pele se torna mais espessa, áspera e rachada, liberando substâncias inflamatórias que aumentam ainda mais a sensação de prurido. É justamente esse mecanismo que as terapias modernas buscam bloquear, atuando nos mediadores químicos responsáveis por perpetuar a inflamação.

Pesquisas recentes indicam que diferentes grupos étnicos apresentam variações genéticas e imunológicas que influenciam a dermatite atópica. Com base nesses achados, têm surgido terapias-alvo, medicamentos capazes de bloquear moléculas específicas associadas à coceira e à inflamação. Essa abordagem personalizada não apenas aumenta a eficácia do tratamento, como também tende a reduzir os efeitos colaterais, sinalizando uma nova fase no manejo da doença.

O cuidado com a dermatite atópica exige disciplina diária. Especialistas recomendam banhos curtos, de três a sete minutos, com água morna, evitando sabonetes agressivos e optando por produtos formulados para peles sensíveis que limpem sem comprometer a barreira lipídica natural. A hidratação deve ser feita todos os dias, preferencialmente logo após o banho, para manter a umidade da pele. Quando necessário, pomadas contendo corticoides ou antibióticos podem ser aplicadas, sempre sob supervisão médica, respeitando as doses e a duração do tratamento indicadas pelo profissional.

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