O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Crime bárbaro

Tarcísio afirma que ex-delegado morto não pediu proteção ao Estado

Ruy Ferraz dedicou mais de 40 anos à polícia e foi jurado de morte pelo PCC

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 16 de setembro de 2025
07fev2013 delegado ruy ferraz fontes enquanto titular do 27 dp distrito policial no campo belo 1543508849282 v2 4x3
Ex-delegado Ruy Ferraz não tinha escolta antes de ser morto em Praia Grande. Foto: Divulgação

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (16/9) que o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado em Praia Grande, não solicitou proteção ou escolta ao Estado, mesmo sendo alvo de ameaças. O ex-chefe da Polícia Civil foi morto na noite de segunda-feira (15/9), em um atentado atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo Tarcísio, a concessão de escolta depende de um pedido formal por parte da autoridade interessada. No caso de Ruy, não houve solicitação. O governador destacou que o episódio abre a necessidade de debater a criação de regras para garantir proteção a autoridades policiais, judiciárias e políticas envolvidas no combate ao crime organizado, mesmo após deixarem os cargos.

Ruy dedicou mais de quatro décadas à Polícia Civil de São Paulo, com forte atuação contra o PCC. Foi considerado inimigo da facção após defender o isolamento de lideranças em presídios federais. Em 2023, deixou a segurança pública e assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande. Pouco antes de ser morto, afirmou em entrevista que vivia sem qualquer estrutura de segurança, mesmo sabendo dos riscos.

O delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, confirmou que Ruy não demonstrava preocupação recente com possíveis atentados. Apesar disso, ele mantinha hábitos de cautela, como portar arma de fogo.

A execução de Ruy Ferraz provocou reação imediata do governo estadual. Tarcísio declarou que a melhor forma de homenageá-lo é solucionar o crime e responsabilizar os envolvidos. Dois suspeitos já foram identificados. Um veículo abandonado após o ataque, com vestígios de DNA e digitais, ajudou no avanço da investigação.

De acordo com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, os mandados de prisão preventiva devem ser expedidos ainda nesta terça-feira. As imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o ex-delegado tentou escapar dos criminosos, bateu em um ônibus e capotou o carro. Os atiradores, que ocupavam uma Toyota Hilux SW4, desceram do veículo e efetuaram mais de 20 disparos de fuzil contra a vítima.

Ruy Ferraz teve carreira marcada pelo enfrentamento ao crime organizado. Foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado e chegou a ser jurado de morte por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2019. Também comandou diversas divisões da Polícia Civil, chefiou a Delegacia-Geral e atuou como professor universitário e instrutor da Acadepol.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Veja também