Desemprego desaba, rendimentos desaceleram e emprego segue forte
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) divulgada ontem, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o mercado de trabalho preserva certo vigor em meio à desaceleração mais ampla da atividade econômica, segundo sugerem indicadores macroeconômicos mais recentes e projeções de organismos oficiais e de consultorias a serviço do sistema financeiro. Às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que tende a manter a política de arrocho ao crédito aplicada à economia há 12 meses, mais precisamente, desde a segunda metade de setembro do ano passado, a PNADC mostra alguma perda de ritmo para os rendimentos reais habitualmente recebidos pelos trabalhadores, mas com forte queda para o total de desempregados e crescimento persistente do emprego.
Numa tendência já em curso nos últimos trimestres, a taxa de desemprego cai upara seu nível mais baixo da série iniciada em 2012 pelo IBGE, caindo de 6,8% no trimestre encerrado em julho do ano passado para 5,6% em igual período deste ano. O número de trabalhadores desempregados literalmente desabou no trimestre investigado pelo pesquisa, baixando de 7,279 milhões no período de maio a julho do ano passado para 6,118 milhões, o que significou uma redução de 1,161 milhão no total de desocupados, num tombo de 16,0%. Foi também o número mais baixo desde que a história do desemprego passou a ser contado pela PNADC, versão mais atualizada da antiga PNAD.
Contradição aparente
Comparado ao trimestre imediatamente anterior, a pesquisa anota redução de 14,2% ou 1,013 milhão de desempregados a menos, considerando que naquele período, entre fevereiro e abril deste ano, haviam sido identificados 7,130 milhões de pessoas sem uma colocação no mercado. A taxa de desemprego então havia alcançado 6,6% – o que significa dizer que a desocupação foi reduzida em quase um ponto percentual nos três meses seguintes. Numa projeção que sugere alguma contradição em relação aos dados do IBGE para o mercado de trabalho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), já descontados fatores sazonais havia apontado redução de 1,0% para a atividade econômica no trimestre finalizado em julho deste ano na comparação com os três meses anteriores, embora indique elevação de 1,97% frente ao trimestre concluído em julho de 2024, depois de ter avançado 2,53% no segundo trimestre deste ano (igualmente em relação ao mesmo período do ano passado).
Balanço