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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Anistia

Lula afirma que vetará anistia a Bolsonaro caso Congresso aprove

Em entrevista à BBC, petista reforça que decisão sobre anistia cabe ao Legislativo, mas que não permitirá a medida se chegar à sua mesa

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 17 de setembro de 2025
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Lula garante veto a anistia e comenta relação com Donald Trump. Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (17), que vetará uma eventual proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso o texto seja aprovado pelo Congresso Nacional. A declaração foi feita em entrevista exclusiva à BBC News Internacional, no Palácio da Alvorada.

“Se viesse para eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria”, disse o presidente. Ele ressaltou, porém, que a decisão inicial sobre a anistia cabe ao Legislativo. “O presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional. Se os partidos políticos entenderem que é preciso dar anistia e votar a anistia, isso é um problema do Congresso”, completou.

A fala de Lula ocorre em meio à pressão da base bolsonarista para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque a proposta em votação. Lideranças articulam a análise em regime de urgência, o que aceleraria a tramitação.

Na semana passada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de ataque à democracia. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde agosto, após descumprir medidas cautelares relacionadas a investigações que apuram articulações contra os interesses do país junto ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Durante a entrevista, Lula também criticou a chamada “PEC da blindagem”, proposta de emenda constitucional que dificulta a abertura de investigações contra parlamentares. “Se eu fosse deputado, eu votaria contra. Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Aliás, eu votaria para fechar questão e votar contra”, afirmou.

O presidente também comentou a relação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Perto de embarcar para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Lula disse que não procurou Trump porque “ele nunca quis conversar”. Mesmo assim, declarou estar disposto ao diálogo. “Se ele chegar e passar perto de mim, eu vou cumprimentá-lo porque eu sou cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo. Eu estendo a mão para todo mundo. Eu nasci na vida política negociando. Então, para mim não tem nenhum problema”, disse.

Lula aproveitou para criticar o aumento de tarifas imposto pelo governo norte-americano a produtos brasileiros, reforçando que não pretende negociar a soberania do país em futuras tratativas comerciais.

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