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sábado, 6 de dezembro de 2025

País reduz extrema pobreza em quase 40% em apenas dois anos

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 25 de setembro de 2025
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O total de brasileiros colocados em situação de extrema pobreza foi reduzido em praticamente 40,0% entre 2022 e o ano passado, num resultado que combina crescimento do emprego e da renda e o incremento ainda da políticas públicas de transferência de renda às faixas de renda mais baixa da população. Mais do que isto, as estatísticas mostram que a queda foi mais expressiva no Norte e Nordeste do País, embora as taxas de pobreza e de extrema pobreza naquelas regiões mantenham-se superiores à média observada para todo o País e especialmente muito acima dos indicadores registrados pelo Sul e Sudeste, que concentram a parcela maior da geração de riquezas, com economia mais desenvolvida, comparativamente ao restante do País, e maior nível de industrialização.

Os dados e as conclusões estão em texto recente preparado pelos economistas Vitor Hugo Miro e João Mário Santos de França, pesquisadores do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), e ainda por Flávio Ataliba Barreto, que coordena aquele centro de estudos. No período, o número de pessoas em extrema pobreza, classificação que inclui famílias com renda per capita de até R$ 218 por mês, conforme critério estabelecido pelo Banco Mundial, foi reduzido de alguma coisa acima de 12,888 milhões para pouco menos de 7,746 milhões.

Isso significa que nada menos do que 5,142 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza para trás em apenas dois anos, com o Nordeste respondendo por nada menos do que 60,75% daquele total. Desde 2002, algo como 3,124 milhões de nordestinos venceram o limite da extrema pobreza, com redução de quase 44,7% nesse contingente na comparação com 2022. Aquele total saiu de praticamente 6,997 milhões para 3,873 milhões de extremamente pobres no ano passado.

Distorções históricas

Os indicadores por Estados, aponta o trabalho, confirmam discrepâncias estruturais entre as regiões brasileiras, a despeito dos “avanços notáveis” observados num espaço de tempo relativamente muito curto, o que parece reforçar a relevância de programas públicos de combate à miséria e à pobreza, mas sugere a necessidade de políticas mais robustas e mais amplas no enfrentamento de distorções históricas. “A análise destacando diferenças regionais revela que os Estados do Norte e do Nordeste continuam a apresentar os maiores percentuais de população em situação de pobreza e extrema pobreza. As maiores reduções ocorreram justamente nessas regiões, indicando efeitos positivos das mudanças recentes nas políticas sociais. Ainda assim, a persistência de patamares elevados de privação de renda nessas áreas evidencia desigualdades estruturais que exigem esforços contínuos de política pública”, ressaltam Miro, França e Barreto.

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