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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Infraestrutura deve receber R$ 277,9 bi neste ano, num avanço de (apenas) 4,2%

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 27 de setembro de 2025
Brasil deve investir R 2779 bilhoes em infraestrutura em 2025

Os investimentos estimados para 2025 em projetos de infraestrutura, desde energia e transportes até saneamento e telecomunicações, deverão alcançar qualquer coisa ao redor de R$ 277,9 bilhões, equivalentes a quase 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB), previsto em R$ 12,321 trilhões na projeção divulgada em julho pelo Banco Central (BC). O resultado corresponderá a uma variação de 4,2% na comparação com os R$ 266,8 bilhões investidos no ano passado ou R$ 11,1 bilhões a mais, a se confirmarem as previsões incluídas pela Inter.B Consultoria na 24ª edição de sua Carta de Infraestrutura.

De acordo com a consultoria, os recursos antecipados para este ano deverão ser “direcionados, principalmente, para gastos de capital em energia elétrica, saneamento básico, e rodovias, ferrovias e mobilidade urbana no setor de transportes”. Além disso, acrescenta a carta, “chama atenção o impulso de investimento em saneamento básico (água e esgoto) e a relevância do setor privado, pela primeira vez dominante no setor, em grande medida reflexo do novo marco institucional e seu papel transformador”.

O avanço esperado para este ano, levemente inferior ao crescimento nominal previsto para o PIB, tende a significar alguma desaceleração em relação à alta de 9,6% registrada no ano passado na comparação com 2023, quando o setor de infraestrutura havia recebido perto de R$ 243,4 bilhões. Entre aqueles dois anos, a relação entre os investimentos no setor e o PIB variou de 2,22% para 2,27% e deverá praticamente repetir esse percentual ao longo de 2025, conforme já registrado. O percentual estimado pela Inter.B aproxima-se de 2,19% diante do PIB utilizado pelo estudo, que toma emprestada a estimativa do Instituto Fiscal Independente (IFI), que até julho trabalhava com um produto levemente abaixo de R$ 12,672 trilhões.

Fundo do poço

De toda forma, qualquer que seja a referência utilizada, o investimento em infraestrutura tem se mantido, a partir dos anos 1990, abaixo das necessidades do País, o q ue tem determinado a deterioração do estoque de capital estacionado no setor de infraestrutura. Em dois momentos na série histórica construída pela consultoria, a relação entre estoque de capital e PIB girou em torno de 53,7% – taxa observada no começo da década de 1980 e nos primeiros anos da década seguinte. Esse percentual atingiu o fundo do poço em 2014, quando bateu em 33,7%. Isso significa que o País “perdeu” vinte pontos percentuais do PIB no setor de infraestrutura, correspondendo a igual “envelhecimento” e “desatualização” das obras e ativos de infraestrutura, que precisam ser renovados e, mais do que isto, ampliados para atender a necessidades de uma economia que, bem ou mal, continuou crescendo. Desde lá, a relação chegou a 38,3% em 2020, caiu abaixo de 35% nos dois anos seguintes e alcançou 35,3% em 2024.

Balanço

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