Pets moldam escolhas de moradia em Goiânia
Crescimento do número de pets no Brasil redefine projetos imobiliários e leva famílias a buscar casas e apartamentos adaptados às necessidades dos animais
O Brasil soma hoje 160,9 milhões de animais de estimação, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) em parceria com o Instituto Pet Brasil. O número representa um aumento de 3,33% em relação a 2022, quando o país contabilizava 155,7 milhões. Os cães lideram a lista, passando de 60,5 milhões para 62,2 milhões. Em seguida aparecem as aves ornamentais, com 42,8 milhões, e os gatos, que chegaram a 30,8 milhões — alta de 5,4% em apenas um ano.
Esse crescimento explica por que animais de estimação passaram a ocupar lugar central nas decisões sobre onde e como morar. A administradora Carolina Borges Barbosa Vaz, por exemplo, mudou-se de um apartamento no Setor Bueno, em Goiânia, para uma casa no condomínio horizontal Portal do Sol Garden, buscando mais espaço para a schnauzer Mel, de 8 anos, e para a chow chow Nina, de 12, que pertence à irmã.
“Embora fosse um apartamento grande, Nina e Mel não tinham grama para rolar, quintal para correr e nem terra para cavar. A rotina delas era dar uma volta em dois ou três quarteirões pela manhã. Já à noite, sempre íamos para uma pracinha para encontrar outros cachorros, quando não dava, andávamos pelas ruas perto do apartamento. Alguns dias, elas saiam de carro com a gente”, relembra.
No novo endereço, a rotina das cadelas mudou. “A Mel gosta de andar à noite, antes de dormir, que é um horário que ela pode andar solta pela nossa quadra. Já a Nina, que é mais ‘na dela’, gosta de interagir e cheirar os amiguinhos durante os passeios pelo condomínio”, conta. Para ela, os efeitos foram nítidos. “Percebo elas mais calmas, livres e com mais qualidade de vida desde que nos mudamos para cá. Muito disso se deu graças às atividades que elas desenvolveram no condomínio, como correr, passear e interagir com outros animais”, relata.
Se para algumas famílias a solução é buscar casas horizontais com áreas verdes, outras permanecem em apartamentos — realidade de 25% da população de Goiânia, segundo o Censo 2022 do IBGE. Nesse caso, o mercado imobiliário tem incorporado pet places como item indispensável.
“A decisão de incluir esses espaços nasceu da observação do estilo de vida dos nossos clientes, cada vez mais integrado aos animais de estimação. Hoje os pets são parte essencial da família, e oferecer infraestrutura para eles é uma maneira de agregar valor, conforto e funcionalidade aos empreendimentos da SIM”, afirma o coordenador comercial da Sim Incorporadora, Guido Santos Batista.
Segundo ele, a tendência já se consolidou. “O pet place deixou de ser um diferencial e passou a ser um elemento esperado nos projetos residenciais, especialmente nos segmentos de médio e alto padrão. Muitos clientes já perguntam sobre esse tipo de espaço logo na primeira visita. Isso mostra que o mercado está mais atento ao bem-estar completo da família, e isso inclui, naturalmente, os animais de estimação”, pontua.