Laboratório de Goiás prepara fabricação de injetáveis similares ao Ozempic e Saxenda.
O IQUEGO (Instituto de Química do Estado de Goiás) se movimenta para fabricar análogos de GLP-1 no estado
O Governo de Goiás, por meio do seu laboratório oficial, o Instituto de Química do Estado de Goiás (IQUEGO), está dando um passo estratégico na área da saúde pública: o planejamento para a fabricação própria de um análogo de GLP-1, popularmente conhecido como “caneta emagrecedora”. A iniciativa visa garantir o acesso a um dos medicamentos mais requisitados e de maior custo da atualidade, utilizado no tratamento de Diabetes tipo 2 e, em dosagens específicas, no combate à obesidade.
A decisão do IQUEGO se insere no contexto de uma ampla discussão nacional sobre a necessidade de nacionalizar a produção de fármacos complexos. Atualmente, medicamentos como a liraglutida (presente em marcas como Saxenda e Victoza) e a semaglutida (Ozempic e Wegovy) possuem patentes e preços elevados, o que dificulta a incorporação em larga escala pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quebra de Patentes e Expansão do Acesso
A proposta do laboratório goiano é fundamentalmente motivada pela redução do custo para os cofres estaduais e pela ampliação do acesso da população goiana a um tratamento comprovadamente eficaz. Ao produzir o princípio ativo e o dispositivo injetor no próprio estado, o IQUEGO busca replicar o modelo de sucesso de outros medicamentos essenciais já fabricados sob sua responsabilidade.
Ainda que o projeto esteja em fase de planejamento, a movimentação do IQUEGO acompanha a tendência federal. Recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou acordos de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com uma farmacêutica nacional para a transferência de tecnologia da liraglutida e semaglutida. O objetivo do acordo federal é similar ao do governo goiano: tornar a produção 100% nacional, reduzir preços e, eventualmente, viabilizar a distribuição pelo SUS.
O movimento do IQUEGO indica que Goiás está alinhado com essa visão de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, buscando autonomia e eficiência na entrega de tratamentos caros e inovadores, que representam uma ferramenta crucial na luta contra a epidemia de obesidade e o controle do diabetes no país. A expectativa é que o projeto avance nos próximos meses, detalhando o cronograma e o tipo específico de análogo GLP-1 que será fabricado no estado.
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