Lula passa a tesoura nos cargos do Centrão para recompor base
Passada a ressaca da derrota imposta ao governo do presidente Lula pela Câmara dos Deputados, que derrubou a Medida Provisória que previa aumento de impostos, a conta começou a chegar aos partidos do Centrão, principalmente PSD e PP. Algumas diretorias na Caixa Econômica foram cortadas, bem como na Codevasf e em outras áreas nos Estados. O maior atingido será o PP, comandado pelo senador Ciro Nogueira (PI). A missão de avisar os líderes que vão perder os cargos está a cargo da ministra Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Lula tem dito que vai começar do zero a montagem de sustentação no Congresso, principalmente na Câmara, onde o Centrão tem o controle. A ideia é demitir todos ligados ao PSD, MDB, PP, União Brasil e até do PL. É óbvio que o presidente e seu entorno estão motivados pelas pesquisas que apontam a vitória dele em qualquer cenário. Esse entusiasmo também motiva a militância, que vê “o partido dar uma guinada mais à esquerda com os novos programas de inclusão aos mais pobres como vale gás, pé de meia, energia social e a mais recente isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil”. Essa frase virou um mantra dos petistas.
Ao passar a tesoura nos mais de 100 cargos de segundo e terceiro escalões, muitos com polpudos salários, Lula acredita que pode restabelecer a base de sustentação política na Câmara com maior segurança. Ele sabe que o fisiologismo dessa turma não resiste a uma ‘secura’ de benesses do poder. Lula sabe disso e vai usar o seu poder para montar uma base mais sólida. Afinal, ainda tem alguns projetos importantes para serem aprovados. Depois, é só campanha eleitoral.
Deu ruim sem Bolsonaro e Trump
Os estrategistas do PT que alimentam as narrativas do debate político perceberam que precisam urgente de um “adversário”. Isto porque a fórmula “ricos contra pobres” não ‘colou’ e a população ainda está no “tô nem aí” para o tema. Sem o inimigo externo Donald Trump, a narrativa de soberania perde tração e, para piorar, Jair Bolsonaro não pode fazer contraponto às bravatas de Lula. ‘Bater’ em Tarcísio de Freitas (REP) não tem rendido engajamento. Desse modo, o mago Sidônio terá que arrumar outra fórmula para manter Lula na ofensiva.
Goiás na frente
Estados endividados até o pescoço, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, em que pese serem beneficiados pelo decreto do presidente Lula que prorrogou o prazo de adesão ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), ainda não concluíram as tratativas com a União. Até agora, Goiás figura como o único que fez o dever de casa e concluiu o processo de adesão.
Daniel pede ao…
… ex-prefeito de Cristalina, Daniel Sabino (MDB), para que ele seja candidato a deputado estadual. Na avaliação de aliados do vice-governador e do deputado federal Célio Silveira (MDB), mesmo não tendo feito o sucessor, Daniel Sabino deixou a prefeitura com quase 70%, portanto, “um ativo político que vale a pena acreditar”, dizem os aliados do ex-prefeito.
Gugu Democrata
O deputado estadual por Itumbiara e região, Gugu Nader, assumiu a vice-presidência do Democratas (35), antigo Partido Nacional da Mulher (PNB). Ao lado de Ricardo Fortunato, Gugu tem como meta eleger quatro deputados estaduais e dois federais. Quanto a apoiar um dos pré-candidatos, disse que só a partir do ano que vem. “Agora é estruturar diretórios e filiar novas lideranças”, disse.
‘Odorico’ pernambucano
O jornalista pernambucano multimídia Magno Martins, do Blog do Magno, publicou uma notícia prá lá de inusitada. “O prefeito Gilvandro Estrela, do União Brasil, decidiu eternizar seu nome de um modo inusitado: inaugurou o próprio túmulo com direito a sanfoneiro, poeta, discursos e a trilha sonora de Ave Maria Sertaneja, de Luiz Gonzaga”. Nem o novelista Dias Gomes faria melhor!
Era difícil, ficou pior – Lula parece não estar preocupado com o déficit público astronômico, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sim. Enquanto o presidente anuncia mais benesses ao andar de baixo, Haddad faz as contas e ainda não sabe onde vai arranjar R$ 30 bi para fechar as contas.