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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
dicas pet

Ansiedade em cães e gatos exige atenção dos tutores, alerta veterinário

Especialista explica como identificar os sinais, as principais causas e as melhores estratégias para garantir o bem-estar animal

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 14 de outubro de 2025
Roer, chorar ou se esconder demais pode ser sinal de ansiedade.| foto: reprodução/canva
Roer, chorar ou se esconder demais pode ser sinal de ansiedade.| foto: reprodução/canva

A ansiedade em cães e gatos é uma condição cada vez mais observada nas clínicas veterinárias e nos lares brasileiros. Apesar de muitos tutores ainda associarem comportamentos como destruição de objetos, latidos excessivos e eliminação de urina fora do lugar à “birra” dos animais, esses sinais podem indicar algo muito mais sério: o sofrimento emocional dos pets. De acordo com o médico-veterinário comportamentalista Matheus Menezes, a ansiedade é uma resposta do organismo a situações de estresse ou insegurança e pode comprometer significativamente a qualidade de vida dos animais.

“Quem convive com cães e gatos sabe que eles são extremamente sensíveis. Mudanças na rotina, ausência dos tutores ou ambientes muito agitados são fatores que podem desencadear crises de ansiedade. É fundamental que o tutor saiba reconhecer esses sinais para intervir o quanto antes”, explica Menezes. Segundo ele, a falta de compreensão desse tipo de comportamento muitas vezes leva o tutor a punir o animal, o que apenas agrava o problema.

Sinais que indicam sofrimento emocional

O veterinário destaca que os sintomas de ansiedade podem variar conforme o temperamento e a espécie do animal. Nos cães, os sinais costumam ser mais visíveis: fezes e urina em locais inadequados, choros constantes, destruição de móveis e objetos, e comportamentos repetitivos, como lamber as patas de forma excessiva. “Outros sinais são a apatia, a falta de apetite e a tendência ao isolamento. Mas é importante lembrar que esses comportamentos também podem estar associados a outras doenças, por isso a avaliação profissional é indispensável”, orienta.

Já nos gatos, a ansiedade se manifesta de maneira mais sutil. Por serem animais naturalmente reservados, os felinos podem demonstrar estresse por meio da automutilação, excesso de limpeza, isolamento em um único cômodo da casa ou até mesmo recusa em se alimentar. “O gato ansioso tende a ficar em estado constante de alerta. Ele observa tudo, mas participa pouco do ambiente. Em casos mais severos, podem surgir sintomas físicos, como vômitos e hiperventilação”, detalha Menezes.

Ansiedade em pets

De acordo com o especialista, entre as causas mais comuns estão a ansiedade de separação, as mudanças bruscas de ambiente, a falta de socialização adequada, os barulhos intensos e até experiências traumáticas vividas pelo animal. “Quando um cão ou gato sente que perdeu o controle do ambiente, ele reage com medo e insegurança. Isso acontece muito, por exemplo, quando o tutor muda de casa, viaja por um longo período ou altera a rotina de forma repentina”, afirma.

O veterinário também chama atenção para o impacto dos estímulos diários no comportamento dos pets. A exposição constante a ruídos altos, visitas frequentes e movimentação intensa dentro de casa são fatores que podem aumentar o nível de estresse. “Muitos animais vivem em ambientes que não respeitam suas necessidades básicas de descanso e previsibilidade. Para eles, isso é tão prejudicial quanto a ausência do tutor”, completa.

Cuidados e estratégias de reeducação

O tratamento da ansiedade animal exige paciência, observação e, principalmente, empatia. Menezes explica que pequenas mudanças de rotina podem gerar grandes resultados. “O ideal é oferecer brinquedos interativos, passeios regulares, enriquecimento ambiental e momentos de descanso em locais tranquilos. A rotina previsível ajuda o animal a se sentir mais seguro”, orienta.

A reeducação comportamental também é uma ferramenta importante. Ela consiste em treinar o pet com reforços positivos, estimulando comportamentos desejados e reduzindo a exposição a gatilhos estressores. “Não se deve punir um animal ansioso. Castigos, gritos ou isolamento apenas reforçam a sensação de medo e abandono. O tutor precisa atuar como um ponto de segurança e não de ameaça”, ressalta o veterinário.

Além disso, o acompanhamento profissional é indispensável. Em alguns casos, especialmente quando a ansiedade é intensa ou crônica, pode ser necessária a utilização de medicamentos. “Os fármacos ajudam a controlar o quadro para que o tratamento comportamental tenha mais efeito. Mas devem ser usados sempre sob prescrição e acompanhamento de um médico-veterinário”, orienta Menezes.

Saúde mental também é parte do cuidado

O veterinário reforça que a saúde mental dos pets deve ser encarada com a mesma seriedade que a saúde física. “Um animal emocionalmente equilibrado vive mais e melhor. Quando negligenciamos o aspecto psicológico, abrimos espaço para doenças, comportamentos agressivos e até depressão”, alerta.

Matheus Menezes conclui lembrando que o vínculo entre tutor e animal é o ponto central para o tratamento e prevenção da ansiedade. “Cuidar do bem-estar emocional do seu pet é também fortalecer a relação de confiança e afeto. Eles dependem de nós para compreender o mundo e se sentirem seguros. Quanto mais amor e estabilidade oferecermos, mais tranquilos e saudáveis eles serão.”

 

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