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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
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MandaVê recebeu Ananda Leonel para discutir cenário gamer

Conversa destacou crescimento da indústria, dilemas de profissionalização e papel do jornalismo em Goiás

Luana Avelarpor Luana Avelar em 15 de outubro de 2025
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Foto: Gabriel Louza

O mercado de games ocupa hoje um espaço inquestionável na economia global. O setor já movimenta cifras superiores às indústrias do cinema e da música somadas, cresce em ritmo acelerado e atrai um público cada vez mais diverso. Segundo levantamento da Pesquisa Games Brasil (PGB) de 2024, 85,2% da população brasileira afirma jogar algum tipo de videogame. Entre esses, as mulheres representam 51,9%, superando pela primeira vez os homens em participação.

Diante desse cenário, o contraste entre o peso econômico da indústria e a forma como ainda é tratada por parte da imprensa se torna evidente. Para Ananda Leonel, jornalista goiana considerada pioneira na cobertura gamer no Centro-Oeste, o problema não está apenas na ausência de espaço, mas na abordagem limitada. “Os veículos costumavam tratar os jogos como curiosidade, um episódio isolado da cultura pop, e não como fenômeno econômico e social”, afirmou em entrevista ao podcast MandaVê, comandado por Juan Allaesse.

Do cosplay à televisão aberta

O contato de Ananda com o universo geek começou cedo. Filha de um jogador assíduo de videogames e leitor de histórias em quadrinhos, cresceu cercada por locadoras, consoles, HQs e cosplay. Apesar da timidez, que a levava a evitar falar em público, a necessidade de trabalhar a obrigou a enfrentar a exposição.

A trajetória acadêmica teve início no curso de Direito, interrompido no sexto período. O jornalismo surgiu a partir da participação em projetos sociais e ganhou força em um estágio na televisão. Nesse ambiente, apresentou um projeto para um programa de games, estruturado com dados de mercado, plano editorial e cronograma de produção. A proposta, que começou como quadro de cinco minutos, foi ampliada até se consolidar como atração de meia hora em TV aberta: o Aperte o Play, transmitido pelo Sistema Sagres, também em rádio e YouTube.

A criação rompeu com a visão episódica dos veículos locais e consolidou uma editoria inédita em Goiás. “O objetivo era mostrar que os jogos deveriam ser discutidos em suas dimensões cultural, econômica e educacional”, disse.

A indústria e seus impasses

Na entrevista, Ananda ressaltou que a indústria dos games já ultrapassou cinema e música em faturamento global. Ainda assim, permanece estigmatizada por setores da sociedade e pelas próprias redações. Para enfrentar esse quadro, defendeu o investimento em pesquisa e formação, citando a pós-graduação em Games e Gamificação na Educação que realiza atualmente.

Competição e profissionalização

A conversa também abordou o universo competitivo. A jornalista destacou títulos como League of Legends, Dota 2 e Counter-Strike, que mobilizam premiações milionárias e consolidam carreiras. Ao mesmo tempo, apontou problemas como comunidades tóxicas e trapaças, que prejudicam a credibilidade do setor. A profissionalização, segundo ela, depende de regras claras, fiscalização e ambientes mais saudáveis para os jogadores.

Reconversão digital

Outro tema foi a produção de conteúdo digital. Antes de associar sua imagem aos games, Ananda trabalhou como blogueira. A maternidade funcionou como ponto de virada, levando-a a reconectar sua carreira às origens. Atualmente, além do programa na TV, mantém o podcast Aperte o Pause, patrocinado por Fujioka, All Tek In e Hi Level, com apoio da Red Bull. Também produz conteúdos em formato de “jornal gamer”, nos quais apresenta notícias rápidas em tom crítico e satírico.

Goiás no mapa dos games

A presença em eventos como o Go Game Festival, a Copa Goiânia de eSports e o JUBs eSports, maior torneio universitário da América Latina, consolidou Ananda como apresentadora oficial da cena gamer do Centro-Oeste. Sua atuação rompeu o eixo tradicional Rio-São Paulo e projetou Goiás no circuito nacional de eSports e cultura digital.

O episódio evidenciou não apenas a trajetória individual de Ananda Leonel, mas também a consolidação de um campo cultural em transformação. O relato deixou claro que os games vêm ocupando espaço crescente no setor econômico, convertendo-se em palco de disputas e em referência para uma geração que enxerga nas carreiras digitais uma alternativa concreta de futuro.

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Em conversa no MandaVê, jornalista afirmou que a indústria já supera cinema e música em faturamento, mas segue subestimada no Brasil. Foto: Gabriel Louza

Leia mais: https://ohoje.com/2025/09/17/mandave-destaca-como-junior-gomes-saiu-de-fitas-caseiras-para-sucessos-nacionais/

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