Ciro, Aécio e Marconi podem ressuscitar o PSDB
O PSDB ficou oito anos na Presidência da República, mas não volta ali há 23. Passou 16 no Governo de Goiás e amarga duas derrotas para Ronaldo Caiado — na mais recente, em 2022, sem sequer o enfrentar. Foi praticamente banido dos maiores municípios goianos. Da Capital, por exemplo, está fora desde a gestão de Nion Albernaz, que acabou em 2000. Em Anápolis e Aparecida, não há sequer ninho de tucano. Mas nos últimos meses têm surgido luzes no fim do túnel — não são se LED, mas de lamparina, o que já é alguma coisa.
A melhor notícia para o partido é o desempenho de Marconi Perillo nas pesquisas para fazer seu 5° mandato governo. Preside o diretório nacional e vem apanhando mais que vaca na horta: foi surrado impiedosamente nas eleições locais, com apenas 269 prefeitos (haviam sido 520 em 2020 e 799 em 2016). O deputado federal Aécio Neves, que perdeu por pouco para Dilma Rousseff em 2014 (48,36% a 51,64%) e depois foi engolfado pela
Operação Lava Jato, está se erguendo rumo ao comando de Minas Gerais, onde fez duas excelentes administrações. Para coroar, outro grande ex-governador da sigla se refiliou para tentar o cargo novamente: é Ciro Gomes, do Ceará.
Além do futuro do PSDB, Marconi tem de cuidar do próprio. Em Goiás, a unidade mais bolsonarista da federação, a campanha está polarizada com ele fora das extremidades: teme apoiar a reeleição de Lula e perder o agro e os evangélicos, além de o ex-presidente já ter grupos demais disputando a sua imagem. A experiência de sair solteiro tirou-lhe o mandato de senador em 2022.
Precisa ter candidatos a governador para ter deputados federais, pois sem eles não há fundão eleitoral nem partidário. Ter Marconi, Ciro e Aécio concorrendo já é um alento para aquele que já foi o partido com mais votos no Brasil.