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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Equatorial Goiás sustenta balanço no azul e amplia investimentos em 57%

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 24 de outubro de 2025
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Equatorial Goiás sustenta balanço no azul e amplia investimentos em 57%. Foto: Divulgação

O crescimento mais acelerado das receitas comparada a uma variação
relativamente menos intensa de custos e despesas operacionais e ainda o
diferimento do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) ajudaram a Equatorial Goiás a preservar no azul a última
linha de sua conta de resultados. O resultado líquido do primeiro semestre
deste ano veio melhor do que em igual período de 2024, mas
substancialmente abaixo do lucro alcançado na segunda metade do ano
passado.
Para relembrar, o balanço de 2024 da concessionária havia apresentado o
primeiro resultado positivo desde 2020, quando a empresa ainda operava
sob a denominação de Celg Distribuição S.A., graças a um lucro de R$
509,315 milhões nos seis meses finais do exercício passado, o que mais do
que compensou os prejuízos de R$ 152,423 milhões realizados na primeira
metade de 2024. No primeiro semestre deste ano, o braço goiano do grupo
Equatorial registrou um lucro líquido modesto, de R$ 7,309 milhões,
caindo verticalmente em relação ao desempenho dos seis meses
imediatamente anteriores, mas numa melhora quando comparado às perdas
acumuladas na primeira metade do ano passado.
Os investimentos integralizados pela Equatorial Goiás neste ano vêm
crescendo trimestre a trimestre, iniciando o exercício em alta de 50,5%
frente ao primeiros três meses de 2024, saindo de R$ 323,0 milhões, em
grandes números, para algo perto de R$ 486,0 milhões. No segundo
trimestre, os valores investidos avançaram para R$ 708,0 milhões, nada
menos o que 61,3% acima dos R$ 439,0 milhões investidos em igual
período do ano passado. Na soma do primeiro semestre, portanto, o
investimento fixo atingiu R$ 1,194 bilhão, algo como 56,7% a mais em
relação aos mesmos seis meses de 2024, quando haviam somado R$ 762,0
milhões.
Melhorias
A expansão da rede e melhorias no sistema, assegurados pelos
investimentos já realizados, segundo a companhia, permitiram reduzir os

indicadores de perdas de energia na distribuição e de frequência e duração
na interrupção do fornecimento, acarretando ainda numa queda nos
desembolsos gerados pela aplicação de penalidades pelos órgãos
reguladores. As perdas, aferidas para períodos de 12 meses, saíram de
11,6% no segundo trimestre do ano passado para 9,7% no mesmo intervalo
deste ano. A duração das quedas de energia, por sua vez, recuou de 20,1
para 14,8 horas por ano, ainda superior às 11,2 horas estabelecidas na
regulação do serviço. Considerando a frequência das interrupções, no
entanto, a operadora já atingiu números inferiores aos definidos pelo órgão
regulador, caindo de 10,1 para 6,9 vezes no mesmo período, o que se
compara com as 7,4 vezes fixados em contrato.
Balanço
 O valor das penalidades aplicadas à concessionária por
descumprimento dos indicadores de frequência e duração de
interrupções no fornecimento de energia em Goiás observou queda
de 35,14% no primeiro semestre deste ano, caindo de R$ 128,358
milhões para R$ 83,249 milhões, correspondendo a 1,42% da receita
operacional líquida neste ano (diante de 2,66% no primeiro semestre
do ano passado).
 A receita líquida, considerando os seis meses iniciais de cada
exercício, foi elevada de R$ 4,827 bilhões no passado para quase R$
5,849 bilhões, crescendo 21,17% (num ganho de R$ 1,022 bilhão),
diante de uma variação de 15,79% registrada para os custos do
serviço de energia elétrica, que subiram de qualquer coisa abaixo de
R$ 3,760 bilhões para praticamente R$ 4,354 bilhões. Aqueles custos
anotaram um acréscimo, portanto, de R$ 593,902 milhões, inferior
ao ganho absoluto na ponta das receitas.
 Aquela diferença fez com que o lucro bruto da companhia saltasse
40,1% entre os semestres analisados, saindo de R$ 1,067 bilhão para
R$ 1,495 bilhão. Mesmo diante de um salto de 40,3% nas despesas
operacionais, que alcançaram R$ 679,481 milhões nos seis primeiros
meses deste ano diante de R$ 484,028 milhões em idêntico período
de 2024, puxadas principalmente pelo lançamento de R$ 117,097
milhões em perdas estimadas nos créditos de liquidação duvidosa
(considerando que a empresa havia registrado a recuperação de R$
1,185 milhão no mesmo semestre de 2024).
 O aumento em quatro vezes e meia nas despesas com vendas,
embora os valores sejam relativamente mais baixos, igualmente
contribuiu, com esse gasto saltando de R$ 24,285 milhões para R$
112,181 milhões (quer dizer, R$ 87,356 milhões a mais, diante de
um acréscimo de R$ 195,453 milhões para o total das despesas
operacionais).

 As despesas com pessoal e gastos com serviços de terceiros, neste
caso motivada pela revisão de contratos e adoção de um novo
modelo de contratação, caíram, respectivamente, 3,92% (de R$
97,844 milhões para R$ 94,005 milhões) e 6,24% (de R$ 490,858
milhões para R$ 460,227 milhões).
 Na soma dos custos do serviço, engrossados pelo gasto de R$ 2,662
bilhões com a compra de energia para revenda (17,75% acima da
despesa de R$ 2,261 bilhões em 2024), e despesas operacionais, a
conta aumentou de R$ 4,119 bilhões para R$ 4,995 bilhões, em torno
de 20,1% a mais (num acréscimo de R$ 826,233 milhões). Mais uma
vez, a variação absoluta ficou abaixo do ganho no lado das receitas
(R$ 1,022 bilhão a mais, para relembrar).
 Medido antes da incidência de impostos e da conta financeira, o
resultado chegou a crescer fortemente, variando 39,83% ao passar de
R$ 583,235 milhões para R$ 815,532 milhões, dado destacado pela
empresa em seu balanço. A conta financeira, no entanto, já líquida de
receitas, espetou uma despesa de R$ 842,38 milhões nos seis
primeiros meses deste ano, crescendo 13,56% em relação a R$
741,788 milhões no mesmo período de 2024.
 Somada essa despesa, mas ainda sem incluir impostos, o prejuízo
desabou de R$ 158,553 milhões para R$ 26,856 milhões, num tombo
de 83,1%. A linha final do balanço manteve-se no azul por conta do
diferimento (adiamento) de R$ 73,594 milhões de Imposto de Renda
e CSLL.
 A conta de resultados da empresa deverá ser favorecida, nos últimos
dois meses do ano, pelo reajuste médio de 18,55% aplicado sobre as
tarifas de energia pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
em vigor desde o dia 22 último.
 Uma operação com o BNDES ajudou a engordar a rubrica de
empréstimos e financiamentos, que aumentou de R$ 663,336
milhões em junho de 2024 para R$ 906,093 milhões neste ano, em
alta de 36,6%. Mais preocupante, o capital circulante líquido, que
havia atingido R$ 1,954 bilhão em junho do ano passado, despencou
76,85%, para R$ 413,117 milhões, o que mostra perda de liquidez e
pode exigir que a empresa, mais à frente, volte ao mercado para
captar novos recursos ou contrate novo aporte de capital de sua
controladora, dado seu ambicioso plano de investimentos no Estado.

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