O Congresso Nacional, como diz o nome, abrange todos os 5.570 municípios, da Margem Equatorial à divisa com o Uruguai. A Assembleia Legislativa de Goiás se concentra em 246 cidades. São 594 parlamentares federais, 81 senadores e 513 deputados. São 41 os estaduais. O Parlamento do Brasil não dispõe de aeronave. A Alego tem um Baron 95-B55, que nos sites de usados está por R$ 5 milhões, uma ninharia comparada ao custo de manutenção.

De João Pessoa (PB), onde reside o presidente da Câmara dos Deputados, à nascente do Rio Moa, no Acre, são 4.320km. De Macapá (AP), onde fica o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ao Arroio Chuí (RS), são 4.400km. De Goiânia, onde mora o presidente da Alego, Bruno Peixoto, à fronteira Sul de Goiás são menos de 200km; à Norte, 400km. E o Legislativo goiano tem o AeroBruno.

O leitor pode consultar o arquivo de O HOJE para saber sobre o nº de servidores comissionados da Alego (é mais do que no Governo de Goiás) e outros gastos excessivos, na maioria das vezes fora da finalidade de legislar e fiscalizar. Para que a Assembleia precisa de avião? Para os deputados fazerem campanha eleitoral.

Alguns acreditam que em 2024 o AeroBruno fez somente 16 viagens. O Ministério Público acredita nisso? Qualquer dono de avião dirá que aeronave com 42 sócios faz 16 viagens por semana, não por ano – ainda mais quando o custo com pessoal, combustível e revisão sai do bolso dos outros. Multiplique aí 52 por 16. É, contribuinte, fora os jatinhos fretados, você paga 832 viagens por ano para deputados e deputadas estaduais voarem por Goiás, voarem por Goiás.