“Boa noite”. A próxima sexta-feira (31) será a útima em que milhões de brasileiros ouvirão a tradicional saudação inicial e também a despedida de William Bonner na apresentação do Jonal Nacional.

Após quase três décadas à frente da bancada do principal noticiário do país, o jornalista se despede do posto que ocupou por 29 anos e seis meses — uma trajetória que o consolidou como uma das vozes mais reconhecíveis e influentes da TV brasileira.

A saída de Bonner simboliza o fim de um ciclo e o início de uma nova fase no telejornalismo da TV Globo, que já prepara uma reestruturação completa em seus noticiários. A emissora, que vinha planejando essa transição há anos, vai reformular a escala de apresentadores em praticamente todos os seus telejornais nacionais — do “Hora Um” ao “Jornal Hoje” — a partir da próxima semana.

Mudança histórica após quase três décadas

William Bonner, de 61 anos, está no Jornal Nacional desde 1996, e se tornou editor-chefe em 1999. Ao longo de quase 30 anos, foi responsável por conduzir coberturas históricas — de eleições e escândalos políticos a tragédias nacionais e eventos esportivos. Sua presença constante à frente da bancada deu ao telejornal uma identidade de credibilidade e estabilidade.

Segundo a emissora, a decisão de Bonner de deixar o posto foi amadurecida ao longo dos últimos anos. Ele expressou o desejo de reduzir o ritmo de trabalho e se dedicar a novos projetos pessoais, após quase quatro décadas de jornalismo diário na TV.

Para a Globo, a aposentadoria do âncora é também uma oportunidade de renovar o formato e os rostos de sua linha jornalística, sem abrir mão da tradição de rigor e imparcialidade.

César Tralli assume o Jornal Nacional

A partir de segunda-feira (3 de novembro), a bancada do Jornal Nacional passará a ser formada por César Tralli e Renata Vasconcellos. Tralli, que atualmente apresenta o “Jornal Hoje”, será transferido de São Paulo para o Rio de Janeiro — sede do principal noticiário da emissora.

A escolha é vista como continuidade natural: Tralli tem perfil semelhante ao de Bonner, com longa carreira na Globo, forte presença jornalística e bom trânsito entre as editorias de política e cotidiano. Ele já foi correspondente internacional, repórter especial e âncora de diferentes noticiários.

Com a mudança, a Globo também reorganiza a cadeia de telejornais que compõem sua grade diária. O movimento é descrito internamente como a “maior reestruturação jornalística em quase 30 anos”, exigindo ajustes de estúdios, equipes e cronogramas de exibição.

Efeito dominó nas redações

A saída de Bonner e a promoção de Tralli geram um efeito cascata em outros noticiários da emissora.

O “Jornal Hoje”, que será deixado por Tralli, passará a ter Roberto Kovalick como novo apresentador titular. Já o “Hora Um”, exibido nas madrugadas, terá Tiago Scheuer na bancada, substituindo Kovalick.
Essas trocas serão implementadas ainda nesta semana, para que a transição ocorra de forma suave entre o fim da era Bonner e o início da nova fase.

No caso do Jornal Nacional, a estrutura editorial também muda: Bonner deixará não apenas a bancada, mas também o posto de editor-chefe, que será ocupado por Cristiana Sousa Cruz, jornalista experiente que já integra a equipe de chefia do telejornal.A reformulação foi cuidadosamente planejada para preservar a consistência editorial e preparar o público para o novo formato sem causar rupturas abruptas.

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