O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
casais em consenso

Imóvel comprado antes do casamento entra na partilha? Entenda o que diz a lei

Tabelião explica como o regime de bens define o destino do patrimônio em caso de divórcio e alerta para a importância de escolher o modelo com orientação profissional

Luana Avelarpor Luana Avelar em 5 de novembro de 2025
imóvel
Foto: Divulgação

Entre os temas que mais geram dúvidas em um divórcio, o imóvel adquirido antes do casamento costuma ocupar o topo da lista. A questão, aparentemente simples, esconde armadilhas jurídicas que dependem inteiramente do regime de bens adotado pelo casal.

“Essa é uma daquelas perguntas que parecem simples, mas escondem uma pegadinha jurídica. Se o casamento for no regime da comunhão parcial de bens, que é o mais comum no Brasil, apenas o que foi conquistado durante o casamento será dividido. O que era seu antes do ‘sim’ continua sendo só seu”, explica o tabelião Bruno Quintiliano, conselheiro da Arpen-GO, vice-presidente da Arpen Brasil.

Dados do Colégio Notarial do Brasil mostram que cerca de 80% dos casamentos são firmados sob esse regime — um modelo que, segundo Quintiliano, “oferece equilíbrio, pois preserva o patrimônio individual adquirido antes da união, ao mesmo tempo em que garante direitos iguais sobre o que foi construído em conjunto durante o relacionamento”.

O imóvel e os regimes de bens

A exceção, lembra o tabelião, está nos casamentos sob comunhão universal de bens, em que todo o patrimônio, inclusive o anterior à união, é partilhado. “Nesse regime, todos os bens se comunicam entre os cônjuges — inclusive aqueles adquiridos antes do casamento. Isso significa que, em caso de separação, o imóvel comprado antes da união também será partilhado”, esclarece.

Há ainda os modelos menos comuns, como a separação total de bens, que impede qualquer comunicação patrimonial, e a participação final nos aquestos, em que cada cônjuge mantém o próprio patrimônio, mas divide o que foi adquirido em conjunto.

Mais do que teoria, as estatísticas apontam que os casais têm buscado formas mais rápidas e menos burocráticas de encerrar o vínculo conjugal. Segundo o IBGE, 79 mil divórcios foram concluídos diretamente em cartórios de notas em 2023 — o equivalente a 18,2% do total de separações registradas no país.

“O divórcio em cartório é uma alternativa simples e ágil, possível sempre que houver consenso entre as partes e ausência de filhos menores ou incapazes. Ele pode ser concluído em poucos dias, com a presença obrigatória de um advogado, reduzindo custos e evitando longos trâmites judiciais”, afirma Quintiliano.

O direito e o diálogo

Para o tabelião, compreender o peso jurídico do regime de bens antes de casar é uma forma de prevenir conflitos. “A escolha do regime de bens deve ser feita com diálogo e orientação profissional. Assim, o casal inicia a vida a dois com clareza sobre seus direitos e deveres, evitando surpresas em caso de separação”, conclui.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/10/22/quais-requisitos-fisicos-basicos-para-aceitacao-do-imovel-como-garantia/

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também