Indústria goiana avança pelo 3º mês e acumula elevação de 3,3%
O avanço registrado pela pesquisa da produção industrial, realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos setores de refino de derivados de petróleo e biocombustíveis, vestuário e máquinas e equipamentos, impulsionou o desempenho da indústria goiana como um todo em setembro. Na comparação mês a mês, já com os devidos ajustes sazonais, o setor completou o terceiro mês consecutivo de resultados positivos, embora com alguma desaceleração na passagem de agosto para setembro.
Os dados dessazonalizados — isto é, com a exclusão de fatores que se repetem anualmente — mostram avanços de 0,9% em julho e de 1,8% em agosto, frente ao mês anterior, em ligeira correção para cima em relação à variação de 1,4% antecipada pelo IBGE no mês passado. A produção perdeu intensidade em setembro, mas manteve-se em terreno positivo, com alta de 0,6% em relação a agosto. Entre junho e setembro deste ano, a indústria goiana acumulou crescimento de 3,31%.
O resultado de setembro superou a média nacional, que apontou recuo de 0,4% para a produção total da indústria brasileira, com Goiás registrando o nono melhor desempenho entre as regiões acompanhadas pelo IBGE.
Na comparação com setembro do ano passado, a indústria goiana acelerou seu ritmo e avançou 4,4%, mais que o dobro do incremento médio de 2,0% observado para o conjunto da indústria nacional — resultado explicado pelo bom desempenho dos três setores citados e pela menor diversificação da estrutura industrial goiana em relação a outros centros do País. Nesse tipo de comparação, a variação registrada por Goiás foi a sétima mais alta entre os 17 estados incluídos na pesquisa. A indústria goiana completou seis meses consecutivos de crescimento, com variações de 4,7%, 2,1%, 1,3%, 3,1%, 3,5% e 4,4% em abril, maio, junho, julho, agosto e setembro, respectivamente.
Comportamento trimestral
Os dados mensais, não ajustados sazonalmente, sugerem uma aceleração, embora o movimento de curtíssimo prazo indique certa perda de fôlego. A contradição é apenas aparente, já que a base de comparação é diferente. Os dados mês a mês são ajustados sazonalmente para permitir melhor acompanhamento do desempenho do setor. Nos dados trimestrais — que tomam como base iguais períodos do ano anterior —, a indústria goiana havia registrado recuo de 0,3% no primeiro trimestre, avançou 2,5% no segundo e encerrou o trimestre entre julho e setembro com alta de 3,7%. Para comparação, a produção industrial nacional saiu de alta de 2,0% para variações de 0,6% e 0,5% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente.
Balanço
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Na comparação com setembro do ano passado, a pesquisa destaca o incremento de 7,7% no refino de derivados de petróleo e na produção de biocombustíveis, que contribuíram com pouco mais de 37% do crescimento total de 4,4% da indústria, impulsionando ainda o setor de transformação, que cresceu 4,5%.
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Ao detalhar a influência por tipo de produto, o IBGE ressalta o comportamento positivo da produção de álcool etílico, apontando queda na de biodiesel. No entanto, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram cenário diferente: em setembro, houve queda de 5,65% na produção de etanol (hidratado e anidro) e de 8,67% na de biodiesel em Goiás.
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Segundo a ANP, a produção de etanol no Estado caiu de 836,656 milhões para 789,341 milhões de litros entre setembro de 2023 e setembro de 2024. Já a de biodiesel reduziu-se de 121,609 milhões para 111,061 milhões de litros.
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De volta aos dados do IBGE, com contribuição de 23,12% na taxa geral de crescimento em setembro, a indústria de máquinas e equipamentos registrou salto expressivo de 83,1% na produção, liderada pela fabricação de pulverizadores e máquinas de colheita, sob influência direta da agricultura.
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A indústria de vestuário apresentou aumento de 25,7% em setembro, respondendo por 16,8% da variação acumulada pela indústria goiana. Nesse mês, o segmento ampliou a produção de calças e camisas masculinas, camisetas e bermudas.
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O setor de fabricação de produtos alimentícios registrou leve variação de 0,3% em setembro, após altas de 5,9% e 2,9% em julho e agosto, respectivamente, indicando desaceleração. O resultado de setembro foi favorecido pela maior produção de carne bovina, maionese e leite condensado, com queda na de carnes e miúdos de aves.
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Ainda segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a desacelerar, apesar da leve alta nos preços dos alimentos. Em outubro, o IPCA variou 0,09%, contra 0,18% nos 30 dias anteriores e 0,48% em setembro.
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Na prática, a inflação de alimentos e bebidas ficou praticamente estável, com variação de 0,01% após dois meses de deflação. O aumento foi puxado pela alta de 0,46% na alimentação fora de casa, já que a alimentação em domicílio recuou 0,16%. Lanches e refeições fora de casa ficaram, respectivamente, 0,75% e 0,38% mais caros em outubro.
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A inflação acumulada em 12 meses recuou para 4,68%, aproximando-se do teto da meta (4,5%). A taxa havia alcançado 5,35% nos 12 meses encerrados em junho. A redução se deve à “saída” do cálculo de índices mais altos registrados no fim de 2024, quando o IPCA chegou a 0,56% em outubro, 0,39% em novembro e 0,52% em dezembro.
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