Ex-presidente do INSS é preso em nova fase da Operação Sem Desconto
Ação da Polícia Federal mobiliza equipes em 15 estados e mira fraudes contra aposentados
O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (13), durante a nova fase da Operação Sem Desconto. A investigação apura suspeitas de descontos indevidos aplicados em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas em diferentes regiões do país.
Segundo a PF, a etapa deflagrada hoje cumpre 63 mandados de busca e apreensão, dez ordens de prisão preventiva e outras medidas cautelares determinadas pela Justiça. As ações ocorrem no Distrito Federal e em 14 estados: Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Rede de fraudes no INSS investigada pela PF
As apurações indicam a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e ocultação patrimonial. De acordo com a Polícia Federal, o esquema teria causado um desvio estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, envolvendo cobranças associativas não autorizadas por beneficiários do INSS.
Além de Stefanutto, a operação alcançou o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira, que comandou a pasta durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A CNN informou que Oliveira foi alvo de busca e apreensão e deverá utilizar tornozeleira eletrônica por determinação judicial.

Quem é Alessandro Stefanutto
Alessandro Stefanutto assumiu a presidência do INSS em julho de 2023, indicado pelo então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele permaneceu no comando do órgão até abril deste ano, quando foi afastado após ser atingido pela primeira fase da Operação Sem Desconto. Na ocasião, seu nome já aparecia ligado à autorização de descontos associativos considerados irregulares.
Em nota enviada à CNN, a defesa de Stefanutto afirmou que a prisão é “completamente ilegal”, argumentando que ele “não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação”.
Stefanutto e Carlos Lupi foram afastados de seus cargos após o avanço da operação conduzida pela Polícia Federal. O Ministério da Previdência Social informou, na época, que aguardaria os desdobramentos das investigações para definir eventuais medidas administrativas. A pasta não divulgou atualização nesta quinta-feira.
As ações relacionadas à Operação Sem Desconto seguem sob sigilo judicial. A Polícia Federal informou que novas etapas podem ocorrer conforme o andamento das análises dos materiais apreendidos nesta fase.
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