Goiás se consolida como o 2º destino mais procurado do País e atrai novo fluxo de moradores
Estado de Goiás combina expansão econômica, desemprego baixo, informalidade mínima e renda acima da média nacional para manter saldo migratório positivo
Goiás deixou de ser apenas um Estado de passagem e se tornou um dos polos de crescimento mais dinâmicos do Brasil. Dados do Censo 2022 e do relatório complementar divulgado em 2025 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Estado já abriga 2,03 milhões de pessoas nascidas em outras unidades da Federação, o equivalente a 28,8% da população. Em números absolutos, Goiás é o segundo Estado com mais migrantes internos, atrás apenas de São Paulo.
A diferença entre quem chega e quem sai reforça essa força de atração: Goiás registra saldo migratório de mais de 1,28 milhão de pessoas, também o segundo maior do País. O fluxo recente confirma o avanço: entre 2017 e 2022, o Estado teve um ganho adicional de 187 mil habitantes, ficando atrás somente de Santa Catarina (+354 mil).
Os principais grupos que chegam são naturais do Distrito Federal (16,7%), Minas Gerais (14,1%) e Maranhão (12,9%), com destaque para o crescimento expressivo dos maranhenses nos últimos anos. O movimento de migração do Distrito Federal para cidades goianas também se intensificou, impulsionado pelo custo de vida menor e pela expansão urbana da região metropolitana de Brasília.
O principal motor dessa atração é a expansão econômica. O Estado vive um ciclo contínuo de investimentos ligado ao agronegócio, carro-chefe da economia goiana e responsável por impulsionar um amplo conjunto de cadeias produtivas, como logística, tecnologia, biocombustíveis, mineração e indústria de transformação.
Nos últimos anos, Goiás também ampliou sua base industrial, atraindo empresas dos segmentos de alimentos, energia, fertilizantes, químicos e manufaturas diversas. A expansão da infraestrutura, com ferrovias, distritos industriais e centros logísticos, somada a políticas fiscais que favorecem novos empreendimentos, consolidou o Estado como uma das áreas mais competitivas do Centro-Oeste.
Indicadores do mercado de Goiás reforça atratividade
Os indicadores do mercado de trabalho reforçam essa atratividade. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) do terceiro trimestre de 2025, a taxa de desemprego em Goiás ficou em 4,5%, em estabilidade estatística e abaixo da registrada no Brasil.
Ao todo, são 181 mil pessoas desocupadas, um dos menores percentuais entre as unidades da Federação. Outro dado relevante é a taxa de informalidade, que atingiu 34,7%, o menor índice da série histórica goiana iniciada em 2015, e está abaixo da média nacional, de 37,8%. A subutilização da força de trabalho também caiu, chegando a 9%, sinalizando maior absorção de trabalhadores em ocupações formais ou de maior qualidade.
O rendimento médio habitual do trabalhador goiano foi de R$ 3.536 no período, acima da média nacional, que ficou em R$ 3.507, reforçando a melhora no poder de compra e no padrão de renda local.
Além da economia aquecida e do mercado de trabalho favorável, outros fatores pesam na decisão de quem escolhe Goiás para morar. O Estado oferece custo de moradia mais acessível do que grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além de registrar avanços consistentes em segurança pública, especialmente em municípios como Trindade, Anápolis, Catalão, Rio Verde e Aparecida de Goiânia.
Para muitas famílias, essa combinação entre emprego, renda, moradia acessível e sensação de segurança cria um ambiente mais atrativo do que o encontrado em regiões tradicionalmente receptoras.
O cenário também reflete um movimento mais amplo no Centro-Oeste, que vive um boom populacional. Estados como Mato Grosso registram crescimento expressivo, impulsionados pelo agronegócio e por grandes projetos industriais.
Mesmo nesse contexto favorável à região, Goiás se destaca por sua diversidade produtiva, pela expansão urbana estruturada e pela capacidade de atrair novos moradores de forma contínua há mais de três décadas. Com indicadores sólidos e perspectivas de manutenção do ritmo de crescimento, o Estado reafirma seu papel como um dos principais polos de oportunidades do País.