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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Condenação

Ex-premiê de Bangladesh é condenada a morte por crimes contra a humanidade

Hasina é condenada por ordenar a repressão aos protestos estudantis de 2024, ex-premiê nega acusações e chama julgamento de político

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 17 de novembro de 2025
Sheikh Hasina Gopalganj in 2023
Foto: Delwar Hossain/ Wikimedia Commons

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada à morte nesta segunda-feira (17) por crimes contra a humanidade, após meses de julgamento no Tribunal de Crimes Internacionais do país. Os juízes concluíram que ela ordenou uma repressão letal aos protestos estudantis de 2024.

O tribunal afirmou que Hasina deu ordem direta para que militares atirassem contra os manifestantes, o que, de acordo com a Corte, caracteriza crime contra a humanidade. “Todos os elementos constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos. Decidimos impor uma única pena, a pena de morte”, declarou o juiz Golam Mortuza Mozumder. A decisão foi anunciada em Daca, sob forte segurança e sem a presença de Hasina, que fugiu para a Índia em agosto de 2024. Ela ainda pode recorrer à Suprema Corte.

Protestos pediam renúncia de ex-premiê

As manifestações tiveram início em julho de 2024 contra um sistema de cotas que reservava um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra de independência. O movimento cresceu e passou a pedir a renúncia de Hasina, acusada de conduzir um regime autoritário. Segundo a ONU, até 1.400 pessoas podem ter sido mortas entre 15 de julho e 5 de agosto daquele ano, no episódio mais violento desde 1971.

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Manifestação em 20 de julho de 2025 (Foto: Reprodução)

Após a sentença, o governo de Bangladesh pediu à Índia a extradição da ex-premiê. Em resposta, Hasina classificou o julgamento como “enviesado e com motivação política” e afirmou que não teve acesso à ampla defesa. Ela disse pretender enfrentar seus acusadores em um tribunal que considere as provas de forma justa.

Hasina foi representada por um defensor público que alegou falta de fundamento nas acusações. A condenação ocorre meses antes das eleições parlamentares de fevereiro, das quais a Liga Awami, partido da ex-líder, está impedida de participar.

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