‘Mito’ preso e Eduardo fora, Flávio assume liderança do bolsonarismo
A frase “rei morto, rei posto” sugere a rapidez em que um mandatário é substituído, seja por doença, morte ou deposto. No caso da política, pode ser acrescentado este complemento: “Viva o novo rei!”. Isto porque, sempre que alguém perde, outro ganha, assim como o perdedor logo é substituído pelo vencedor. A expressão pode ser aplicada ao calvário que vive a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Preso e prestes a ser encarcerado, humilhado pelos seus adversários, os filhos sob ataques constantes da esquerda e o mais falante deles, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), se autoexilou nos Estados Unidos.
Esse quadro coloca sob risco o capital político de votos representado pelo bolsonarismo, estimado em 15% dos 155 milhões de eleitores. Por conta desse ativo, Bolsonaro, o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, líderes do Centrão e aliados correm para deter a sangria de votos após o encarceramento do “capitão”. Para deter essa ‘sangria’, a solução encontrada foi recorrer ao senador Flávio Bolsonaro (RJ) para manter a chama bolsonarista acesa. Mesmo com ótimas chances de ser reeleito senador, ele opera junto às lideranças do Centrão e do campo da direita para não se dispersarem.
A leitura desse movimento sugere dois cenários: Flávio sair candidato a presidente da República pelo PL ou, caso haja uma união entre os outros presidenciáveis, Tarcísio de Freitas (REP-SP), Ronaldo Caiado (UB-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (MG) por um único candidato da direita, Flávio seria o vice. Frisa-se que essa tese é uma das discussões que estão à mesa dos caciques dos partidos União Brasil, PP, Republicanos e PSD. Pode ser que avance, mas, enquanto não decidem, Flávio vai manter o bolsonarismo mobilizado.
Luta para evitar a debandada
A coluna apurou que, na reunião nesta terça-feira (18), na sede do PL nacional, em Brasília, que oficializou a pré-candidatura do senador Wilder Morais (PL) a governador de Goiás, o que mais se ouviu entre os presentes foram elogios a Flávio Bolsonaro. É consenso dentro da legenda que Flávio é o mais moderado e pragmático dos irmãos, mantém diálogo com setores refratários ao bolsonarismo e tem bom trânsito na centro-direita. “Este perfil é adequado para manter o bolsonarismo unido e evitar a dispersão”, diz o ex-presidente da Alego, Lissauer Vieira, que participou da reunião em Brasília.
Dupla Daniel e Gracinha
O vice-governador e pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, Daniel Vilela (MDB), e a coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS) e líder do Goiás Social, Gracinha Caiado (União Brasil), formam uma dupla nas agendas públicas nos eventos no interior do Estado. Os dois mantêm conversas com as lideranças das cidades visitadas, anotam demandas e dão atenção às pessoas, principalmente as que precisam da rede de proteção social.
Visitas ao Entorno
A Região do Entorno do Distrito Federal foi visitada por Daniel Vilela seis vezes no mês de novembro e, na mais recente, ele, Gracinha Caiado e o governador participaram do Goiás Social em Luziânia, onde centenas de pessoas foram atendidas com inúmeros serviços públicos, especialmente na área de saúde para a mulher.
Fraga contra-ataca
“É lamentável ouvir as narrativas do governo dizendo que nós asfixiamos financeiramente a Polícia Federal. É uma mentira deslavada. Acho que o governo não tinha voto, não quis votar o projeto.” Desabafo do presidente da Frente Parlamentar da Segurança, deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), ao rebater as críticas do governo Lula sobre o texto do Projeto de Lei Antifacção aprovado na Câmara. “O projeto combate as regalias do crime organizado e integra as forças de segurança”, pontua Fraga.
Imagem em perigo
Especialistas em mercado financeiro dizem que o escândalo que atingiu o Banco Regional de Brasília (BRB) devido ao envolvimento com o falido Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro, trará consequências graves ao BRB. A quebra de confiança dos correntistas, investidores e empresários vai deixá-los desconfiados sobre manter transações comerciais ou de aplicações na instituição. Esse efeito tóxico pode abalar a saúde financeira do banco, atestam especialistas.
Esquerda em festa – Todos os partidos de esquerda no Distrito Federal querem esfolar o governador Ibaneis Rocha (MDB) e sua vice, Celina Leão, sobre o escândalo do BRB com o Banco Master. Os três mais aguerridos são o ex-governador Rodrigo Rollemberg, Ricardo Cappelli, os dois do PSB, e o petista Geraldo Magela.