Daniel Vilela alerta que Goiás caiu de rendimento
Vice-governador admite sufoco recente, mas pede segurança reforçada e mantém fé no acesso
O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, voltou a movimentar os bastidores do futebol goiano ao admitir que o Goiás “não tá lá essas coisas” na reta mais tensa da Série B. A declaração, dada durante o Conselho Técnico do Goianão, sintetiza o clima que tomou conta da torcida: esperança no acesso misturada com um nervosismo crescente a cada partida.
Mesmo dependendo apenas de si na última rodada, o time esmeraldino chega à decisão com a confiança abalada pelo desempenho irregular. A vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino — que manteve o clube no G-4 — foi comemorada no placar, mas contestada no desempenho. E o próprio Daniel assumiu o sentimento de angústia: para ele, “não via um jogo tão sofrido há tempos”.
O Goiás viveu dois campeonatos diferentes dentro da mesma competição. No primeiro turno, jogou como postulante ao título, liderou estatísticas e passou mais semanas no G-4 do que qualquer adversário. No segundo turno, porém, o ritmo caiu, a competitividade oscilou e o time passou a depender de atuações mais reativas do que impositivas, algo que tem afastado o torcedor da ideia de que o acesso virá com tranquilidade.
Ainda assim, o vice-governador mantém a crença no desfecho positivo. Para ele, o futebol continua imprevisível, mas o Esmeraldino tem qualidade para fechar a campanha com vitória diante do Remo, no Mangueirão. O duelo, marcado para domingo, promete ser um dos jogos mais tensos do campeonato: o Goiás (4º, 61 pontos) decide a própria vida, enquanto o Remo (6º, 59 pontos) joga pela sobrevivência e precisa combinar vitória com tropeço de concorrentes diretos.
A preocupação, no entanto, não é apenas esportiva. Nos bastidores, Daniel Vilela revelou ter ligado para o governador do Pará, Helder Barbalho, pedindo reforço na segurança da delegação. O Mangueirão vem acumulando episódios de hostilidade, e o clima inflama ainda mais em partidas decisivas. Segundo o vice-governador, o pedido é para que “o Goiás seja bem recebido e que o povo goiano seja respeitado”. Helder teria garantido que o estádio estará preparado para evitar confusões.
O clube, por sua vez, pretende viajar com equipe de segurança particular e até um chefe de cozinha na delegação — um movimento pouco comum, mas que atesta o grau de preocupação com eventuais pressões externas, desde o hotel até o deslocamento para o estádio.
Entre discurso político, tensão esportiva e a matemática implacável da última rodada, o Goiás chega ao jogo decisivo tentando conciliar duas verdades: a consciência de que o futebol apresentado está longe do ideal e a confiança de que, mesmo assim, o acesso ainda cabe dentro dos 90 minutos finais.