Prisão de Bolsonaro pode unir e (olha só!) enfraquecer a direita
A tese de Ronaldo Caiado sobre as eleições presidenciais é que mais representantes da direita forçariam um 2º turno, quando se juntariam para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva. Conta simples: os governadores seriam os mais votados em seus Estados, Tarcísio de Freitas em São Paulo, Romeu Zema em Minas Gerais, Ratinho Jr. no Paraná, Eduardo Leite no RS, Caiado em Goiás e Cláudio Castro no RJ, talvez como vice. O desempenho nas demais unidades da federação talvez fosse fraco, mas na própria o representante local seguraria o tchan. Com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, possuidor de mais votos que todos os demais aqui citados, pode ocorrer algo bom que é ruim: seria linda a foto dos liberais num só palanque e ao mesmo tempo ruim, pois nada se ganharia com essa beleza toda.
O bolsonarista de verdade, aquele que está ainda mais revoltado com a presença do ídolo atrás das grades, não deixa de votar por causa disso – aliás, pelo contrário: vai com mais força às ruas empunhar bandeiras e pedir votos. Os crimes de que o ministro Alexandre de Moraes acusa o ex-presidente não contaminam quem está perto: Bolsonaro não roubou, não estuprou, não se corrompeu, nada fez que envergonhasse seu eleitor. Por isso, pouco antes de ir a São Paulo se submeter a uma cirurgia cardíaca, Caiado o defendeu, como fizeram os demais governadores presidenciáveis.
A melhor maneira de homenagear Bolsonaro é derrotando Lula, que perderia para todos os governadores nos Estados sob seus comandos – e só os seis (SP, MG, RJ, PR, RS e GO) têm 53,79% da população do Brasil.