“Juristocracia” pró-esquerda alimenta a divisão do País
Juristas não engajados ideologicamente e cientistas políticos mais “pé no chão” costumam observar em artigos e entrevistas que está em curso na mais alta Corte Constitucional do País uma reconfiguração decisória voltada à defesa dos interesses da esquerda. Citam como exemplo a atuação da Primeira Turma do STF, agora comandada pelo ministro Flávio Dino, mas com acentuada influência do colega Alexandre de Moraes. Os julgamentos e decisões judiciais dessa turma que, além dos dois citados, conta com Cármem Lúcia e Cristiano Zanin, todos eles “terrivelmente” contra a direita bolsonarista.
A esse time, deve ser acrescentado o advogado- geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula para a vaga de Luís Roberto Barroso, que antecipou a aposentadoria. Como ninguém acredita nas bravatas do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), que ameaça não aprovar Messias, é pule de 10 Lula emplacar no STF mais um “terrivelmente lulista”. É com esse quadro de democracia que pende para um lado que a direita vai enfrentar a eleição geral de 2026. Mas os otimistas acreditam que, dadas as circunstâncias da prisão de Jair Bolsonaro e a falta de um “inimigo da soberania” encarnado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o embate será contra a direita.
Os ventos sopram a favor da reeleição de Lula, mas os ‘deuses da política’ encastelados no Congresso buscam uma saída para que o candidato da direita sofra menos perseguição. No entanto, os desafios não se restringem ao STF, sobretudo no próprio campo da direita, que se fragmenta entre bolsonaristas e o Centrão. Sem Jair Bolsonaro (PL), dificilmente vão entrar em um acordo. Tudo indica que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve assumir o vazio deixado pela prisão do pai. O problema é que ele perdeu aliados importantes na direita e no centro.
PP e União Brasil mudam o foco
O assunto mais importante abordado na reunião do PL nacional nesta segunda-feira (24), em Brasília, foi sobre o projeto de anistia para os presos do 8 de janeiro de 2023. Entretanto, não passou despercebido o impasse da federação PP-União Brasil. Os bolsonaristas raiz acreditam que, “se estas legendas insistirem em só pensar no pleito de 2026 e não lutarem pela anistia ampla, geral e irrestrita, dificilmente terão apoio do bolsonarismo”. Ainda mais pelo teor do post no ‘X’ do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI): “Diante da falta de bom senso e de estratégia no centro e na direita, irei defender junto ao presidente [Antônio] Rueda (União) que o nosso foco principal sejam as eleições estaduais e as nossas bancadas”.
Fraga manifesta
Amigo de Jair Bolsonaro, o deputado federal pelo DF, Alberto Fraga (PL), disse que a manutenção da prisão pela audiência de custódia era previsível. “Nós sabemos que o esquema está montado para manter Bolsonaro preso e calado, portanto, nada nos surpreende mais. Mas a justiça pode tardar, mas não vai falhar. Temos certeza de que, em breve, teremos o nosso presidente de volta em contato com o seu povo.”
Comenda para Celina
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), será homenageada pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), nesta quinta-feira (27), às 15h, com a Comenda Pedro Ludovico, a mais alta honraria concedida pelo Parlamento goiano. A solenidade reconhece personalidades que prestam serviços relevantes ao Estado e à sociedade. A iniciativa da homenagem foi proposta pelo presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto, juntamente com o deputado estadual Virmondes Cruvinel, ambos do União Brasil.
Políticas integradas
Bruno e Virmondes destacam a atuação de Celina Leão além do Distrito Federal, sobretudo sua colaboração estratégica em ações conjuntas voltadas ao desenvolvimento regional. Virmondes sublinha que Celina contribui muito para aproximar mais o DF e Goiás em pautas estruturantes para a população.
“É com a Justiça!” – O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), se saiu bem ao ser perguntado o que achava da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Assunto da Justiça, não meu.” Curto e grosso, sem fazer curva ou dar chance aos adversários de construírem narrativas.