CBF lança Fair Play Financeiro para 2026
O novo sistema da CBF começa a valer em 2026 e promete mudar rotina administrativa de equipes das Séries A e B
A CBF apresentou nesta quarta-feira, em São Paulo, o Sistema de Sustentabilidade Financeira do Futebol Brasileiro, que começa a valer em 1º de janeiro de 2026 e estabelece um novo padrão de controle financeiro para os clubes das Séries A e B. O objetivo é criar um ambiente mais equilibrado e responsável, reduzindo dívidas, limitando gastos e trazendo maior transparência à gestão. Todo o processo será fiscalizado pela ANRESF, a Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol, um órgão independente criado especificamente para monitorar o cumprimento das regras e aplicar punições quando necessário.
Pontos principais
Entre os principais pontos do novo fair play financeiro da CBF está o controle rigoroso das dívidas em atraso. Os clubes terão três janelas anuais de monitoramento, em março, julho e novembro, e deverão registrar em um sistema da CBF todas as transações entre clubes, além dos contratos de atletas com valores detalhados. Essa base de dados será uma pré-condição para a publicação de contratos no BID.
Os clubes também deverão comprovar equilíbrio operacional, apresentando superávit em suas operações ou, caso registrem déficit, poderão cobrir o prejuízo com aportes financeiros. Os limites serão de até R$ 30 milhões ou 2,5% da receita para clubes da Série A e até R$ 10 milhões ou 2,5% para os da Série B, valendo o que for maior. As despesas de categorias de base, futebol feminino, infraestrutura e projetos sociais não entram nessa conta.
Leia também: Neymar sofre nova lesão e não deve voltar a jogar em 2025
O sistema da CBF também cria limites de gastos com o elenco profissional. Os clubes poderão usar até 70% da soma de suas receitas, transferências líquidas e aportes para arcar com salários, encargos, direitos de imagem e amortizações. Esse percentual será aplicado gradualmente até 2029, quando o limite definitivo passa a valer. Outra medida importante diz respeito ao endividamento: a dívida líquida de curto prazo deverá ser inferior a 45% das receitas relevantes dos clubes, também com implementação progressiva até 2030. Para clubes em recuperação judicial ou situação de insolvência, haverá restrições adicionais, como manter a folha salarial na média dos últimos seis meses e só poder contratar jogadores gastando o mesmo ou menos do que arrecadar em vendas.
Terá auditoria obrigatória
Além disso, todos os clubes terão de entregar seus balanços financeiros auditados até 30 de abril de cada ano e apresentar o orçamento anual até 15 de dezembro. A regra também inclui determinações para multipropriedade, proibindo que um mesmo grupo tenha influência ou controle sobre mais de um clube que dispute a mesma competição da CBF na mesma temporada. Todo esse conjunto de normas estará sujeito a um sistema de punições que vai desde advertências e multas até transfer ban, dedução de pontos, rebaixamento e cassação de licença. Dirigentes e administradores também poderão ser punidos individualmente, inclusive com banimento do futebol, caso sejam responsáveis por fraudes, omissões ou condutas que resultem em irregularidades.
Resumo do Fair Play Financeiro da CBF
Início: 1º de janeiro de 2026
Fiscalização: ANRESF
Principais controles: dívidas, déficit, gastos com elenco, endividamento, balanços e multipropriedade
Limites: déficit de até R$ 30 mi (A) / R$ 10 mi (B); gasto com elenco até 70%; dívida de curto prazo até 45% da receita
Punições: multas, transfer ban, perda de pontos, rebaixamento, cassação de licença
Dirigentes: multa, suspensão, banimento